A volta às
aulas presenciais no Rio Grande do Norte, marcada provisoriamente para o dia 17
de agosto, representa potencial risco para 212 mil potiguares, segundo dados da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O grupo é formado por idosos e os adultos com
problemas crônicos de saúde que convivem diariamente com crianças e
adolescentes em idade escolar (4 aos 17 anos).
A quantidade de pessoas que ficará exposta ao novo coronavírus
foi calculada por análise da Fiocruz com base na Pesquisa Nacional de Saúde
(PNS 2013), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os pesquisadores relacionaram os dados das crianças em idade
escolar e os dados dos grupos populacionais que se encontram nos chamados
grupos de risco da Covid-19: adultos (entre 18 e 59 anos) com alguma
comorbidade (diabetes, doença do coração ou doença do pulmão) e os idosos (com
60 ou mais anos).
Com isso, o estudo aponta que 6,05% dos potiguares se encontra
em situação de risco potencial de contaminação pelo novo coronavírus. O valor é
o maior de todo País, segundo a pesquisa da Fiocruz.
Segundo o estudo, a população potiguar com algum tipo de
problema crônico de saúde representa um total de 74,2 mil pessoas. Já os idosos
são 137,8 mil, o que representa 3,93% da população. O Estado, inclusive, também
tem o maior número relativo de idosos.
Ainda de acordo com Fiocruz, a partir de um boletim sobre a
retomada das atividades educacionais, a volta às aulas só poderá acontecer com
a transmissão da Covid-19 controlada. A rede hospitalar deve disponibilizar
pelo menos 30% de leitos disponíveis.Além disso, é necessária a diminuição do
número de mortes pelo menos nas últimas três semanas. Por fim, o sistema de
saúde deve estar pronto para detectar, testar, isolar e tratar pacientes e
rastrear contatos.
As escolas precisam ter um plano detalhado de medidas
sanitárias, higienização e garantia de distanciamento entre as pessoas. Isso
porque o retorno da atividade escolar, segundo a Fiocruz, coloca os estudantes
em potenciais situações de contágio. Mesmo que sejam adotadas medidas de
segurança, a falta de controle sobre o comportamento dos estudantes representam
potenciais situações de contaminação por Covid-19. “O problema é que, se forem
contaminados, esses jovens poderão levar o vírus Sars-CoV-2 para dentro de casa
e infectar parentes de todas as idades que tenham doenças crônicas e outras
condições de vulnerabilidade à Covid-19”, explica o instituto.
Procurada pela reportagem do Agora RN, a Secretaria de Estado da
Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer (Sec) disse está liderando a
discussão sobre a retomada das atividades presenciais ao promover debate com
entidades e instituições representativas do ensino público e privado. A pasta
entende que a volta está condicionada a um cenário sanitário que permita
segurança a comunidade escolar.
“Destacamos que, embora o decreto estadual nº 29.794, de 30 de
junho, fixe como o dia 17 de agosto como data de uma possível retomada, não
existe uma data precisa para tal ação, pois, assim como nos demais, os cenários
vigentes foram decisivos para a manutenção da suspensão. No entanto, todas as
redes estão analisando as orientações internacionais e nacionais para
providências a serem tomadas, criando condições necessárias, no sentido de
organizar as escolas para quando for possível retornar”, detalhou a Seec, em
nota oficial.
A pasta anunciou ainda que a retomada das aulas será definida
governadora Fátima Bezerra, respaldada nas análises dos Comitês Governamental e
Científico. As aulas das redes pública e privada de ensino foram suspensas em
18 de março.
Além disso, o grupo de instituições e entidades representativas
do ensino tem se debruçado na construção de protocolos para a retomada das
aulas, a partir de condutas como a aferição de temperatura, o distanciamento
entre estudantes, a utilização de equipamentos de proteção, disponibilização de
matérias de limpeza individual, cartazes com informações de cunho educativo
entre outras iniciativas.
“Essas condutas demandam encaminhamentos nos processos de
aquisição de materiais que devem obedecer aos trâmites burocráticos e legais,
não sendo processos rápidos, devendo ser iniciadas com a antecedência devida”,
encerrou a Seec.
Não acho que seja uma boa hora! Ainda requer muito cuidado!
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