O ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse
nesta terça-feira (7) que um artigo do colunista da Folha Hélio Schwartsman é
um "ataque claro à instituição da Presidência da República" e que,
por isso, merece repúdio de jornalistas e dos demais Poderes.
O texto "Por que torço para que Bolsonaro morra" foi publicado
pela Folha após o presidente Jair Bolsonaro anunciar que contraiu o novo
coronavírus.
Em nota, o ministro diz que "lamentavelmente" foi publicado o
artigo de Schwartsman.
"Todos os jornais repetem a máxima de que as opiniões de
articulistas/colunistas não refletem a opinião dos veículos", afirma
Faria.
"Por outro lado, foi estabelecida uma linha invisível e subjetiva
onde qualquer ministro, senador, deputado ou até mesmo um apoiador que participa
ou expressa opiniões ditas 'antidemocráticas', a responsabilidade é sempre
atribuída ao presidente Jair Messias Bolsonaro", escreveu o ministro.
Fábio Faria disse no texto defender que as liberdades de imprensa e de
expressão andem sempre juntas, mas cobra o repúdio como caminho para um
"armistício patriótico".
"O artigo é um ataque claro à instituição da Presidência da
República e merece todo o repúdio dos jornalistas e de todos os Poderes para
que possamos caminhar para um armistício patriótico. A pacificação nacional
deve vir de todos os lados", encerra Fábio Faria.
O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, também se
manifestou.
"Sobre artigo publicado hoje no qual me recuso a sequer escrever o
título, gostaria de dizer que é um desrespeito primeiramente à figura do sr.
Presidente da República e segundo, um desrespeito a um dos conceitos básicos do
Jornalismo que é informar e não espalhar o ódio. Lamentável", escreveu
Ramos em uma rede social.
O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Fabio Wajngarten,
afirmou em rede social: "Desejar a morte do Presidente é um ato
antidemocrático e carregado de significações. Por muito menos, algumas pessoas
foram presas recentemente. É também desrespeitar a vontade da maioria da
população expressa nos 57 milhões de votos que o conduziram ao Palácio do
Planalto".
Mais cedo, o ministro da Justiça, André Mendonça, afirmou ter
requisitado a abertura de um inquérito pela Polícia Federal, com base na Lei de
Segurança Nacional, para investigar o artigo do colunista da Folha.
Em nota, a Folha afirma que "o colunista emitiu uma opinião;
pode-se criticá-la, mas não investigá-la".
*Fonte: AGORA RN - Foto: José Aldenir
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