Logo na chegada os primeiros cumprimentos já denotam uma pessoa de
carisma próprio e simpatia peculiar. No entanto, o que os minutos
seguintes trariam era uma surpresa ainda mais interessante. Uma pessoa
de fala expressiva, grandes lições e um exemplo de como agir em meio às
adversidades e aos diferentes. Gisella Amaral traz o sobrenome famoso do
marido, o empresário Ricardo Amaral, mas o seu nome próprio ela fez não
como atriz, cantora, artista, mas pelo trabalho realizado na
filantropia. Aos 72 anos, ela estampa uma lição de vigor, percorre o
Brasil proferindo palestras sobre como enfrentar o câncer. Aliás,
palestra onde o relato dela é profundo, já que mostra a sua própria
história, remonta a fatos da memória da mulher que enfrentou quatro
cânceres, "três grandes e um pequenininho", como ela mesmo descreve. As
duas principais atividades de Gisella Amaral poderiam denotar
contradição: afinal, uma é a Gisella da alta sociedade, que circula nas
colunas sociais, a outra é a Gisella que atua na filantropia e profere
palestras alertando sobre o câncer e conclamando ao enfrentamento para
vencê-lo. Mas em se tratando da mulher carismática e muito bem
resolvida, essas duas Gisellas são uma só e, o que surpreende, longe de
serem contraditórias, elas se somam. Afinal, é no convívio com as
pessoas de alto padrão, que Gisella da sociedade pede ajuda financeira
para a Gisella da atividade social. Depois de trinta minutos de
conversa, a conclusão a que cheguei confirmou a impressão dos primeiros
minutos da entrevista: uma mulher de grandes lições, tendo como uma das
maiores a coragem de se sobrepor e enfrentar os desafios da própria
vida. Aliás, por falar na vivência, Gisella revela, logo no início da
entrevista, como começou a atividade de filantropia. Foi a partir de
inquietação que percebeu aos cinco anos de idade. A menina Gisella
acompanhava a babá na visita a casa de familiares da funcionária, que
residiam na favela, e ali a criança estranhava o fato de outras da mesma
idade não conhecerem bombom, não terem brinquedo. Uma inquietação de
criança que só se avolumou e deu vida aos trabalhos desenvolvidos há
muitos anos por Gisella Amaral.
Qual a grande arma da pessoa para lutar contra o câncer?
Vamos agora falar do positivo. Primeiro é a prevenção. Após 40 anos é que é perigosíssimo, temos que fazer exame uma vez por ano. Dos 365 dias tire um para ser o que você vai tratar. O câncer de mama é o que atinge o maior número de mulheres no mundo. Só no Brasil atingiu 52.560 pessoas. Dessas morreram 12.703 no Brasil. Em um ano. Câncer de mama ataca homem, ano passado foram 147. E veja que não estou falando só em teoria, eu tive quatro câncer, três furiosos e um pequenininho. Eu nunca chorei. Quando eu soube que estava com câncer eu fui em uma igreja rezar para Nossa Senhora. Mas não fui pedir a Nossa Senhora e pedir para Ela olhar para mim e me proteger. Eu fui na igreja e disse "obrigada, obrigada". Eu estava junto com meu filho mais velho e meu marido junto com os outros achavam que o câncer havia atacado minha cabeça e eu estava era maluca. Não! Eu sou mãe, não atingiu o meu Amaral, que é meu marido que estou casada há 47 anos, tenho dois filhos, que são minhas vidas, e minhas netinhas. O câncer foi escolher a mim, Graças. Obrigada, eu enfrento! Não sei o quanto resistiria, qual a força que teria se fosse um desses da minha família. Me escolheu, obrigada! Fui agradecer e sou agradecida até hoje por ter sido eu a escolhida. Quando eu soube que tinha câncer sai, fiz compras, fui almoçar com uma amiga. Tomei as providências com o médico. A notícia não me abalou. Não me desesperei. Aí vem a receita, que não é teoria, é prática: você precisa enfrentar com coragem. Você não pode se arrasar porque é tudo que o tumor gosta. Você precisa enfrentar com otimismo, cabeça erguida. Precisa enfrentar, é o guerreiro que está chegando para atacar seu organismo. Você tem que lutar, guerra é guerra. Jamais ficar acabado, arrasado, tem que ser cheio de coragem. Se o câncer acha que é forte, você tem que mostrar que é mais forte ainda. Eu tive quatro. Não sou super mulher, não sou ninguém. Apenas tive pela experiência psicológica que aprendi com as crianças quando era voluntária. Nunca usei peruca. Câncer não é vergonha, você tem é que enfrentar. Há dois fatores importantíssimos: obedecer a tudo que o médico falam e mandam você fazer, e ter fé. Fé no que você acredita. Eu acredito em Deus, minha fé é Deus. Deus é o suspensório que me segura, é o manto de Nossa Senhora que me protege. Dentro ainda dessa temática de câncer uma mensagem para todos: seja vitoriosa no que souber, se tem o câncer lembre que vai vencê-lo e é vitoriosa. A pessoa que tem câncer tem direito e será vitoriosa. A pessoa precisa lutar e vencer. Vitória, vitória para todo mundo que tem câncer.
Entrevista Completa: AQUI
Barriguda News
Via Tribuna do Norte - Ana Ruth Dantas
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