Lojas de vinis já foram points de encontros da rapaziada nas décadas de
70 e 80 em Natal. Algumas marcaram época. Whiplash e Apple eram antros
undergrounds dos mais badalados. O advento dos CDs coincidiu com o fim
de algumas lojas e o costume dos encontros para fumar e discutir música.
Sobraram algumas até pouco tempo. Na verdade muitas ainda estão aí, mas
sumiram das ruas. E o truque mágico se chama Web. É ela quem explica
também uma contradição: mesmo sem CDs à venda em lojas especializadas
nunca se consumiu tanta música no Brasil.
Apenas nos últimos três
meses, quatro dos artistas mais conhecidos de Natal lançaram discos.
Simona Talma, Luiz Gadelha, Liz Rosa e, por último, Khrystal. Onde
encontrar esse material? Hoje a disponibilidade está dispersa. Tanto
quanto as estratégias de divulgação. Shows, iTunes, myspace (ou outra
forma de download gratuito na internet), webrádios, cigarreiras ou
pontos de venda os mais variados possíveis reúnem o acervo da música
potiguar. Sinal do tempo. E o tempo é virtual. É a explicação para o
consumo recorde de música quando a indústria fonográfica vive em crise.
A
internet tem equiparado mais a distância abissal entre o artista
contratado das grandes gravadores e o artista independente. Se o
primeiro recebe a estrutura de marketing e divulgação maciça do seu
disco físico pela gravadora, o último sem dinheiro para bancar a
gravação e divulgação na mídia, disponibiliza de graça na internet e
alcança consumidor até no estrangeiro. Os quatro discos citados contam
histórias diferentes. Simona e Gadelha colocaram seus álbuns na
internet. Khrystal bancou o disco físico com dinheiro próprio. E Liz
Rosa conseguiu apoio da Sony para seu trabalho.
Barriguda News
Via DN Om line - Sergio Vilar
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