Marcelo Camelo, músico e compositor carioca, esteve no Espaço Revista
CULT nesta segunda-feira, dia 13. Ele participou de bate-papo com fãs,
com mediação do jornalista da Folha de S.Paulo Marcus Preto, dentro do
projeto Grandes Artistas.
Camelo foi um dos fundadores da banda Los Hermanos e, desde 2008, começou carreira solo com o disco Sou. Em 2011, lançou o Toque Dela. Nos próximos meses inicia temporada de shows com voz e violão. Leia abaixo os principais momentos do bate-papo.
Arte e sentimento
“Desde muito pequeno sempre tive o sentimento muito à flor da pele, e
sempre foi difícil lidar com isso; eu sentia uma solidão muito grande.
Era uma dificuldade de encarar a assertividade, o sim e o não, que
existe no mundo. E a música foi uma forma de lidar com isso. Era um
lugar confortável quando percebi que tinha talento para música. A arte –
a música, o cinema, o teatro, tudo – para mim é uma forma de chegar até
as pessoas. A arte é um instrumento do sentimento.”
Consciente e inconsciente
“Comecei a tomar esse caminho mais inconsciente quando iniciei a
carreira solo. Fiz quase todos os discos dos Los Hermanos sob uma
influência mais consciente. É como se tivessem duas vertentes na música
brasileira. Uma mais consciente, que é onde está o samba, que tem uma
história bem contada, como uma crônica musicada. A outra, mais do
inconsciente, aquela que te toca profundamente e você não sabe muito bem
por que razão. O Criolo é uma das pessoas que mais me impressionou, ele
é muito do inconsciente e tem essa presença toda.”
O defeito como método
“Depois que eu saí dos Hermanos, mudei meu jeito de compor. Antes eu
tinha um caderno, tinha uma ansiedade para terminar cada música, era
tudo muito certinho. Agora a música vai se formando na minha cabeça, não
gravo nem anoto nada. A cada volta dentro da cabeça ela ganha uma
palavra, perde outra, e a melodia vai sendo construída, até a hora em
que não tem mais como mudar. Eu uso a incerteza e o defeito como método,
acho que essa é uma maneira que articula melhor o lugar escorregadio do
sentimento humano.”
Los Hermanos
“O Los Hermanos virou uma banda ponto de encontro. A gente tem muita
intimidade, viajamos e passamos toda uma história juntos. A gente
começou no underground, primeiro como os queridinhos, depois como os
melhores. Ai veio “Anna Julia” [música de maior sucesso do grupo] e
passamos a ser odiados. Depois disso, tiveram todos os altos e baixos,
um disco rejeitado… Sempre foi uma relação muito verdadeira. Não temos
planos para o futuro, mas também não colocamos um ponto final na nossa
história.”
O futuro
“O violão é o conforto pra mim. E estar confortável é um problema, é
como estar aposentado. Eu ainda não planejo isso, não é desafiador. Eu
quero descobrir coisas novas, ainda estou esperando um vento pra me
guiar.”
Barriguda News
Via Revista CULT
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é importante! Este espaço tem como objetivo dar a você leitor, oportunidade para que você possa expressar sua opinião de forma correta e clara sobre o fato abordado nesta página.
Salientamos, que as opiniões expostas neste espaço, não necessariamente condizem com a opinião deste Editor.
COMENTÁRIOS QUE TENHAM A INTENÇÃO DE DENEGRIR QUEM QUER QUE SEJA, SERÃO EXCLUÍDOS