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A OAS e a Queiroz Galvão, empresas envolvidas no suposto esquema de
desvio de dinheiro da Petrobras, doaram R$ 5 milhões para o Diretório
Estadual do PMDB, presidido pelo candidato a governador Henrique Eduardo
Alves. E, desse valor, mais de R$ 1 milhão foram repassados a campanha
do próprio Henrique. A informação foi veiculada na manhã de hoje pelo
portal de notícias Universo Online, do Grupo Folha de S. Paulo. Foram R$
3 milhões da OAS e R$ 2 milhões da Queiroz Galvão.
Henrique foi citado ao lado do presidente do Senado, Renan Calheiros,
como suposto beneficiário de propinas pagas com sobra de recursos
oriundos de contratos bilionários superfaturados da Petrobras. Ao todo, o
ex-diretor da Petrobras afirmou, em depoimento, segundo a revista, que
12 políticos estiveram envolvidos em esquema de corrupção na estatal.
Além de Henrique e Renan, foram citados o ex-governador do RJ, Sérgio
Cabral, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, o tesoureiro nacional
do PT, João Vaccari, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o
ex-ministro das Cidades, Mário Negromonte, e os senadores Ciro Nogueira e
Romero Jucá, e os deputados Cândido Vacarrezza e João Pizzolatti.
Procurado pela reportagem do UOL, Henrique Alves e seus assessores
não atenderam às ligações. Ontem, ele usou seu programa eleitoral na TV
para rebater as acusações de envolvimento em um suposto esquema de
corrupção na Petrobras. “Não existe ali nenhuma denúncia contra mim
fundamentada em provas, documentos ou testemunhas”, disse. Segundo
reportagem publicada pela revista “Veja” no último sábado 6, o
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou,
em delação premiada a procuradores federais, que políticos do PMDB, PP,
PT e PSB receberam propina de empreiteiras que firmaram contratos com a
estatal – entre elas, OAS e Queiroz Galvão. O montante que teria sido
desviado da estatal apenas para propinas chegaria a 3% dos contratos –
cifras bilionárias.
Diversas construtoras investigadas na Operação Lava Jato da Polícia
Federal fizeram doações de campanha, a exemplo da OAS, Queiroz Galvão,
UTC Engenharia, Camargo Corrêa, Engevix e Galvão Engenharia. Além de
Henrique, outros nomes revelados na delação foram associados a doações
de campanha. Cândido Vaccarezza, candidato à reeleição, recebeu
diretamente R$ 150 mil da UTC. “Sou amigo há muitos anos do dono da UTC.
Ele já doou para mim na outra eleição (de 2014). A UTC doa para todo
mundo, pode ver. Não estou sendo investigado e não tenho nada com o
Paulo Roberto Costa”, disse ao UOL.
Herdeiro político de Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão, candidato ao
governo do Rio de Janeiro, recebeu, por meio do comitê de campanha, R$ 3
milhões da OAS e R$ 1,5 milhão da Queiroz Galvão. Filho de Renan
Calheiros, o candidato ao governo de Alagoas Renan Filho (PMDB) recebeu,
ao todo, R$ 2,8 milhões das empreiteiras investigadas –R$ 1,6 milhão da
OAS, R$ 500 mil da UTC, R$ 457 mil da Camargo Corrêa e R$ 230 mil da
Queiroz Galvão.
Já o diretório alagoano do PMDB recebeu R$ 7,6 milhões –R$ 3,3
milhões Camargo Corrêa, R$ 2 milhões da OAS, R$ 1,8 milhão da Queiroz
Galvão e R$ 500 mil da UTC. O senador Romero Jucá não é candidato, já
que possui mais quatro anos de mandato. A direção do PMDB em Roraima,
Estado do parlamentar, recebeu R$ 600 mil em doações da OAS. Mesma
situação ocorre com o senador Ciro Nogueira. O diretório do PP no Piauí
ganhou R$ 500 mil da OAS.
O deputado João Pizzolatti Filho desistiu de tentar a reeleição após
ter a candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral. O filho dele, João
Pizzolatti Neto (PP-SC), indicado pelo pai para disputar uma vaga na
Câmara, recebeu R$ 100 mil da OAS, mais da metade do total que já
arrecadou em doações (R$ 178 mil). Mário Negromonte não disputará nenhum
cargo, mas seu filho, o deputado estadual Mário Negromonte Jr. (PP-BA),
que concorre ao cargo de deputado federal, recebeu R$ 200 mil da OAS e
R$ 100 mil da UTC.
Aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves,
candidato do PMDB ao governo do Rio Grande do Norte, silenciaram na
manhã de ontem sobre a citação do nome do aliado na delação do
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, conforme
revelado pela revista Veja. O presidente do DEM, senador José Agripino
Maia, o deputado federal Felipe Maia (DEM), o deputado federal João
Maia, presidente estadual do PR, e a vice-prefeita de Natal, Wilma de
Faria, presidente estadual do PSB, preferiram não abordar o tema,
considerado delicado para a campanha do candidato peemedebista.
OUTRO LADO
O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, afirmou que não
há irregularidade em receber doações de empreiteiras suspeitas de pagar
propina a políticos de sua sigla. “Todas as doações são legais. Não vejo
o menor obstáculo para essas doações. Não vejo diferença em receber de
empreiteira, banco, mineradora, empreiteira, montadora. O grande câncer
das eleições é o caixa dois.”
Henrique Alves e seus assessores também não atenderam às ligações
feitas pela reportagem. Ontem, ele usou seu programa eleitoral na TV
para rebater as acusações de envolvimento em um suposto esquema de
corrupção na Petrobras.”Não existe ali nenhuma denúncia contra mim
fundamentada em provas, documentos ou testemunhas”, disse. A reportagem
ligou na noite desta terça-feira (9) para os diretórios estaduais do PP
na Bahia e em Santa Catarina, mas ninguém atendeu aos telefonemas. No
gabinete de Negromonte Jr. ninguém foi localizado.
Procuradas, OAS, UTC, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Engevix
afirmaram que todas as doações seguem a legislação eleitoral. A Galvão
Engenharia não respondeu ao contato feito pela reportagem. Sobre as
investigações, a Camargo Corrêa afirmou que “já esclareceu anteriormente
que não fez pagamentos a empresas com quem não tenha contratos
legalmente estabelecidos e executados, muito menos com fins de repasse a
políticos”.
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