A REVOLTA DOS ABESTADOS

Barriguda News/Yahoo notícias

Jeferson de Sousa

Em 2010 Tiririca foi eleito com 1,3 milhão de votos. Foi o deputado mais votado daquela eleição e a segunda maior votação da história para deputado no Brasil (ficou atrás apenas de Enéas Carneiro).

Muito disso se deve à campanha que o palhaço levou ao ar durante o Horário Político – uma coleção de vinhetas debochadas, que associava a função de político à uma espécie de palhaçada e que assumia a pretensão de não fazer absolutamente nada caso chegasse ao Congresso Nacional.

Muita gente embarcou na “zoeira” como forma de protesto e deu no que deu. Agora Tiririca está de volta à TV com seu humor zombeteiro. E tem gente incomodada com a possibilidade de sua reeleição.

E do que reclamam? Basicamente que Tiririca não leva o horário político a sério. Ao imitar Roberto Carlos na propaganda da Friboi ou ao dizer que conhece bem Brasília mostrando um carro da marca que, segundo ele, “tem alguns podres”, a equipe do palhaço consegue criar os momentos mais divertidos da propaganda eleitoral. Não há propostas nem promessas. Mas convenhamos: não faz a menor diferença. Basta ver o que propõe e prometem os outros candidatos.

O mais curioso é que, no Congresso, Tiririca se mostrou uma espécie de “traidor”: não faltou a nenhuma sessão e foi até elogiado por seus pares.

O que incomoda os outros candidatos é essa exposição às claras da palhaçada que é o Horário Político. Eu não votaria em Tiririca, mas admiro uma estratégia que deixa os políticos desconfortáveis. 

O fenômeno de marketing que se tornou Tiririca não existiria caso o Horário Político não estivesse formatado do jeito que está hoje. Enquanto assim for, teremos muito tempo e dinheiro jogado fora.