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“Robinson age como se fosse o dono do Agreste. Ele atua aqui na
região há anos e nunca fez nada por nenhuma cidade, mas costuma
perseguir quem não é do lado dele”. As palavras do prefeito de Espírito
Santo, Chico Araújo (PMDB) contrastam com o perfil adotado pelo
candidato do PSD ao Governo do Estado, Robinson Faria. Ao invés de algo
“novo” na política, o que sobressai do relato de Chico Araújo é um
político de perfil “coronelista” e perseguidor de adversários.
Chico Araújo conhece Robinson Faria há 28 anos, desde que o atual
vice-governador do Governo Rosalba se elegeu deputado estadual pela
primeira vez. “Em 1988, no Governo Geraldo Melo, recebi a visita de um
conhecido, que veio pedir para não demitir um funcionário da Caern.
Achei estranho porque não tinha intenção de demitir ninguém e fui
procurar saber o que tinha acontecido. Liguei para a Caern e descobri
que era Robinson quem tinha pedido a demissão do funcionário, por
perseguição mesmo”, aponta o prefeito de Espírito Santo, que atualmente
exerce o seu segundo mandato à frente da cidade do Agreste.
Para Chico, não há como aceitar a nova cara de Robinson, que, para o
prefeito, é um “filhote da ditadura”. “Por laços familiares, era ligado
ao PDS, aos militares. Ele é um filhote da Ditadura”, diz. Apesar da
ligação com o partido dos militares durante a ditadura, Robinson iniciou
a carreira no PMDB, que hoje critica em seus discursos como
candidato.”Robinson sempre teve o costume de agredir as pessoas, desde
aquela época. Num comício, na época de Geraldo Melo, ele foi até
Espírito Santo, a minha cidade, e me agrediu com o seu discurso no
palanque. E naquela época nós éramos do mesmo partido”, relembra Chico
Araújo.
Em termos de trabalho a apresentar, Chico Araújo disse que não há na
sua cidade e nos arredores uma só obra de impacto que tenha contado com a
participação de Robinson Faria, enquanto deputado estadual e presidente
da Assembleia Legislativa e vice-governador do Estado. “Posso garantir
que não tem um banheiro construído no município de Espírito Santo que
tenha sido conseguido através do trabalho de Robinson. O que ele sabe
fazer bem é usar a rádio dele para contar vantagem. Quem escuta acha que
ele já levou até metrô pra região”, diz.
O prefeito acrescenta: “Desafio alguém a encontrar uma só obra de
Robinson em Espírito Santo, Nova Cruz ou Santo Antonio. O que tem em
Santo Antonio quem levou foi Luiz Antonio Vidal, que é o padrinho de
Robinson na política. Mas ele mesmo nunca fez nada. E toda eleição vai
lá no Agreste ser votado”.
Chico Araújo dá um exemplo. Ele esteve à frente do município entre
1993 e 1996. Depois, o grupo comandado por Robinson Faria passou a
exercer liderança na cidade e mais recentemente, em 2012, o grupo do
atual prefeito voltou à Prefeitura. “Nesses 20 anos que passei fora, o
grupo de Robinson não fez nada pelo Agreste”, diz, acrescentando que o
candidato do PMDB, Henrique Alves, por sua vez, tem serviços prestados
na região.
“A ponte sobre o rio Jacu foi conseguida através de Henrique, a
estrada entre Espírito Santo e Jundiá também teve a participação dele.
Já Robinson só vem aqui na hora da eleição e na festa da padroeira”,
garantiu.
A trajetória política de Robinson, que passou toda a sua vida
política na situação e agora faz campanha com tom opositor, é vista
também com desconfiança pelo prefeito. “Robinson aderiu a todos os
governos desde 1986, serviu a todos os governos. E mesmo assim não
trouxe nada para o Agreste. Ele esteve com Geraldo Melo, com Lavoisier
na eleição, mas pulou logo para José Agripino assim que Lavoisier perdeu
a eleição. E assim foi em todos os governos”, disse.
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