Com a leitura e assinatura do acórdão por parte do seu presidente,
desembargador Aderson Silvino, o Tribunal de Justiça (TJRN) dará
prosseguimento, na sessão plenária desta manhã, à abertura de Processo
Administrativo e Disciplinar (PAD) contra o desembargador Dilermando
Mota Pereira, por seu envolvimento numa discussão ocorrida em 29 de
dezembro de 2013 com um garçom e clientes da padaria Mercatto. A decisão
de abrir um PAD foi tomada por decisão unânime da Corte (13 votos),
ontem, em sessão extraordinária.
Após a leitura, o acórdão deve ser publicado no “Diário da Justiça
Eletrônico” (DJe) e, então, o desembargador Vivaldo Pinheiro, sorteado
relator para abrir a investigação sobre falta de decoro e abuso de
autoridade por parte do magistrado, dará um prazo de cinco dias para a
manifestação do Ministério Público Estadual. O MPE deve se posicionar
por intermédio do procurador geral da Justiça, Rinaldo Reis.
Decorrido
esse prazo, o desembargador Vivaldo Pinheiro dará, ainda, cinco dias
para que o desembargador Dilermando Mota apresente razões e provas
necessárias à sua defesa. Caso a apuração dos fatos e produção de
provas resultem na condenação do desembargador, no plenário do TJ, ele
poderá ser aposentado compulsoriamente, segundo o item II, do artigo 7º
da resolução 135/11.
Esse artigo prevê a punição ao magistrado
“quando ele proceder de forma incompatível com a dignidade, a honra e o
decoro de suas funções”. O presidente da Corte disse que a decisão pela
abertura do PAD e ainda pelo não afastamento de Dilermando Mota, que
está de férias do Tribunal desde dezembro do ano passado, vai ser
comunicada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) dentro de 15 dias,
contados da data da sessão de julgamento.
De acordo com o parágrafo 9º do artigo 14 da Resolução 135/2011 do CNJ,
o relador Vivaldo Pinheiro terá 140 dias para concluir o procedimento,
período em que deverá ouvir o desembargador Dilermando Mota, bem como, o
garçom que teria sido agredido verbalmente pelo magistrado, além do
empresário Alexandre Azevedo, que também se envolveu na discussão após
ter saído em defesa do garçom; um outro empregado da padaria, além do
gerente e um sócio do estabelecimento.
Vivaldo Pinheiro também
poderá pedir prorrogação do prazo, caso não chegue a uma investigação
conclusiva. A sessão extraordinária de ontem durou três horas. Na
votação de ontem não participaram o próprio Dilermando Mota, que
acompanhou a sessão a todo tempo e ainda a desembargadora Zeneide
Bezerra, que se encontra de férias.
Barriguda News/TN On Line
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