Diógenes Dantas
Foto:Fábio Pozzebom/Abr
A vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria (PSB), foi forçada pela
direção nacional da legenda a adiar o anúncio formal de sua
pré-candidatura ao Senado. Marina Silva, pré-candidata a vice na chapa
do presidenciável Eduardo Campos, não aceita a aliança da ex-governadora
com o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB), informou um
dirigente nacional da Rede Sustentabilidade, grupo da ex-senadora do
Acre.
"Henrique Alves representa o que há de pior na política
brasileira e isso vai de encontro ao discurso da nova política que
Eduardo Campos e Marina estão apresentando ao Brasil neste momento",
declarou o assessor de Marina Silva.
Segundo o dirigente da Rede,
se a aliança de Wilma fosse com Garibaldi Alves Filho a resistência
seria menor. "Henrique Alves é da turma do Eduardo Cunha, a figura que
mais representa o atraso e os vícios da política nacional",
complementou. Por coincidência, Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara
dos Deputados, foi o único representante da cúpula nacional peemedebista
que marcou presença no ato que lançou o nome de Henrique ao governo,
sexta-feira (28) no Hotel Praiamar.
Além da resistência de Marina,
Wilma de Faria enfrenta o mau humor de Eduardo Campos em relação ao
quadro eleitoral do Rio Grande do Norte. Na última quinta-feira (27), em
Recife, o governador pernambucano demonstrou seu desagrado por não ter
sido informado de cada passo das negociações com o PMDB potiguar. "Ele
ficou chateado porque gostaria de ter sido avisado antes de qualquer
decisão. Ele recebeu um prato feito", comentou o político do PSB/Rede.
PMDB
Anteontem,
antes do encontro do PMDB, Wilma comunicou a Henrique as dificuldades
que vem enfrentando na executiva do PSB. O deputado peemedebista
considerou o adiamento um desastre e cogitou cancelar o evento marcado
para o Hotel Praiamar. A conversa entre Wilma e Henrique foi tensa.
Segundo
uma fonte do PMDB, o que tranquilizou o deputado foi a certeza de que
Wilma de Faria deseja a aliança com o PMDB para disputar a vaga do
Senado.
A estratégia de Wilma é ganhar tempo para vencer as
resistências de Marina e Eduardo ao entendimento com o presidente da
Câmara dos Deputados. "Wilma acredita que na hora H não haverá outra
escolha e o partido terá de aceitar o que ela já decidiu", comentou um
dirigente partidário que acompanhou os bastidores do encontro do PMDB.
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