Brasília - A Câmara dos Deputados aprovou, na noite de hoje (3), em
segundo turno a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 349, que
institui o voto aberto em todos os processos de votação no Congresso
Nacional, nas assembleias legislativas, na Câmara Legislativa do
Distrito Federal e nas câmaras municipais. Foram 452 votos a favor,
nenhum contra e 1 abstenção, que foi a do presidente da Câmara, deputado
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que regimentalmente não pode votar.
Apresentada em 2001, pelo então deputado Luiz Antônio Fleury, à PEC
foram acrescentadas outras seis propostas que também tratavam da questão
de votações abertas. Na comissão especial, a PEC foi relatada pelo
então deputado e hoje ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que
apresentou um substitutivo para estabelecer votações abertas nos três
níveis do Legislativo. Na comissão, a matéria foi aprovada em 15 de
dezembro de 2004. No plenário da Câmara foi aprovada, em primeiro turno,
em 5 de setembro de 2006, por 383 votos a favor, nenhum contra e quatro
abstenções.
A proposta de emenda à Constituição aprovada na noite de hoje pelos
deputados acrescenta dois parágrafos ao Artigo 47 da Constituição. O
primeiro estabelece que é vedado o voto secreto nas deliberações do
Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Já o
segundo diz que o disposto no parágrafo anterior se aplica também às
assembleias legislativas dos estados, à Câmara Legislativa do Distrito
Federal e às câmaras municipais.
Após a aprovação da PEC, o presidente da Câmara, deputado Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN), informou que encaminhará a matéria ao
presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), na manhã desta
quarta-feira e que vai conversar com ele para pedir agilidade na votação
da matéria.
Henrique Alves informou que, paralelamente à tramitação da PEC no
Senado, continuará em análise na Câmara a PEC que institui o voto aberto
nos casos de cassação de parlamentares. Segundo ele, a proposta poderá
ser votada no plenário a partir do próximo dia 18, em primeiro turno, e
uma semana depois em segundo turno para ser promulgada e começar a
valer.
De acordo com Henrique Alves, a aprovação da PEC é uma resposta à
sociedade após a manutenção do mandato do deputado Natan Donadon (sem
partido-RO). “Foi uma decisão das mais importantes da história do
Parlamento. Pelos nossos cálculos, a PEC 196 [que institui voto aberto
nos processos de cassação] poderá ser votada no dia 18 e ser promulgada,
porque já foi aprovada pelo Senado. Será mais rápido o processo dessa
PEC”, disse.
A Frente Parlamentar em Defesa do Voto Aberto vinha pressionando, há
muito tempo, para que a PEC 349 fosse colocada em votação, mas com a
absolvição do deputado Donadon pelo plenário, em votação secreta,
líderes partidários deram início a um movimento que culminou com a
aprovação da proposta na noite de hoje pela unanimidade dos deputados
presentes à Câmara.
Via Agência Brasil
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