Como homem, tanto na vida afetiva como profissional, sempre tive minhas dúvidas, angústias, medos e inseguranças.
Após
o amadurecimento, em muitas coisas tenho pensado. No que já vivi e no
que ainda posso viver. Nas coisas das quais me orgulho e nas que poderia
ter feito diferente.
Nos
dias, únicos, aos quais jamais poderei voltar. Nas coisas agradáveis,
outras nem tanto e em fatos verdadeiramente tristes que em alguns deles
todos nós já vivemos.
Entendi
que as muitas paixões e os coleguismos que tive, podem sim, ocorrer em
grande quantidade, mas possuem pouquíssima durabilidade e pouco ou nada
nos acrescentam.
As amizades verdadeiras que construí foram raríssimas, mas procuro, frequentemente, irrigar as que criaram raízes.
Entretanto, por mais que tenha tentado, dos amores que ocorreram, não consegui manter nenhum.
Fazendo
essa retrospectiva, entendo claramente que não nos basta viver uma
grande história de amor. É preciso que ele sobreviva a várias alegrias e
tristezas, primaveras e invernos, chuvas e secas, para ser considerado
verdadeiro.
Aprendi
que quando amei verdadeiramente, não consegui ser correspondido, e, do
mesmo modo, não correspondi a quem, penso, talvez tenha me amado com a
mesma intensidade.
Precisei
sentir a ausência, para querer a presença que antes tinha. Mas também
precisei demonstrar isso de todas as formas - e perceber a indiferença
-, para entender que não se ama só.
Entendi
que independentemente de todas as zonas de conforto que possamos ter ao
lado de nossos amigos, parentes, filhos e netos, o amor jamais poderá
ser comparado a nenhum desses sentimentos.
Ele
é diferente, mais sublime, real, e inclui outros - como amizade,
cumplicidade e companheirismo -, que não são encontrados naqueles.
Que
os proporcionadores dessas saciedades temporárias um dia se afastarão,
para cuidar da sua própria vida, sobrando então o vazio da solidão, que
só poderia ser preenchido por um amor verdadeiro.
Por
diversas vezes tentei fazer com que entendessem isso, mas como, afinal,
jamais se conseguirá comprovar os reais pensamentos e sentimentos de
alguém, percebo também, que acaba ficando o dito pelo não dito.
O escritor italiano Cesare Pavese - 1908 a 1950 -, disse: "O amor tem a virtude, não apenas de desnudar dois amantes um em face do outro, mas também cada um deles diante de si próprio".
Guardo
então as lembranças, os momentos, os cheiros e as saudades que, como os
tombos, machucados, quebraduras e cicatrizes - físicos ou emocionais -,
fazem a história de cada um.
Mas não desisto, sou movido por sonhos e não por lamentos.
Autor: João Bosco Leal
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é importante! Este espaço tem como objetivo dar a você leitor, oportunidade para que você possa expressar sua opinião de forma correta e clara sobre o fato abordado nesta página.
Salientamos, que as opiniões expostas neste espaço, não necessariamente condizem com a opinião deste Editor.
COMENTÁRIOS QUE TENHAM A INTENÇÃO DE DENEGRIR QUEM QUER QUE SEJA, SERÃO EXCLUÍDOS