Fábio Araújo / Da Redação Natal/Jornal de Fato
Ela pertence ao PSTU, um partido pequeno, conhecido por não abrir mão
de seus rígidos princípios ideológicos em nome do crescimento numérico.
Mesmo assim, a professora Amanda Gurgel, 31 anos, transformou-se na
vereadora mais votada do Brasil, em termos proporcionais, com 32.819
votos, o equivalente a 8,59% do total. Em números absolutos, houve
apenas candidatos em São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza com votação
superior. Ela é também a vereadora mais votada da história de Natal.
O fenômeno começou a ser desenhado em maio do ano passado, quando seu pronunciamento em defesa da educação,
durante audiência pública na Assembleia Legislativa, virou febre
nacional no Youtube e recebeu 2,2 milhões de acessos desde então. Estava
plantada a semente para a professora de Língua Portuguesa das escolas
Amadeu Araújo (estadual) e Mirim Coelli (municipal) deixar o anonimato e
se transformar em celebridade.
Com uma campanha modesta, que recusou doações de empresários e
contabiliza até agora gastos de R$ 65 mil, devendo chegar a R$ 75 mil no
total, Amanda teve votos suficientes para eleger mais dois vereadores
da sua coligação, Sandro Pimentel e Marcos do PSOL, que receberam
respectivamente, 1.398 e 717 votos. Boa parte da sua agenda na
segunda-feira (8) foi dedicada a atender aos pedidos de entrevista os
jornalistas locais e nacionais.
Saiba mais sobre quem é e o que pensa
Amanda Gurgel nessa entrevista concedida a três órgãos de imprensa.
Professora, sua votação foi surpreendente?
Foi surpreendente para todo mundo. O PSTU é um partido pequeno, que
nunca conseguiu eleger um parlamentar em Natal e que há muito tempo não
elegia em nenhuma cidade do país. A gente saiu super vitorioso, com essa
votação expressiva de quase 33 mil votos. Estamos muito felizes com
isso.
Até que ponto aquele vídeo postado na Internet influenciou na sua votação?
O vídeo não apenas influenciou, ele foi o gerador disso tudo que
aconteceu comigo. Antes do vídeo, eu sempre atuei nas lutas, nos
movimentos estudantil e sindical, mas nunca tinha me passado pela cabeça
ser candidata a vereadora, ter esse tipo de atuação. A partir da
repercussão do vídeo é que existe uma reivindicação por parte dos meus
colegas de trabalho e dos meus conhecidos na rua, no sentido de me
candidatar. Então o vídeo influenciou sim nessa votação, tanto para o
fato de eu ter me tornado conhecida nacionalmente, quanto pelo próprio
conteúdo, que é de denúncia, de reivindicação, exatamente o que as
pessoas esperam do meu mandato. Um mandato que lute pela saúde pública,
pela educação pública, pelo transporte público. Sem dúvida, o vídeo foi
preponderante.
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