Declarei aqui minha opinião
jurídica. Não é golpe, mas sou contra.
Não pode ser golpe um
procedimento previsto em Lei, com a participação de instituições jurídicas e
políticas, sem qualquer intervenção ou participação militar.
Não é golpe. Mas sou contra o
impedimento. Não vejo nenhuma prova de que Dilma tenha cometido o crime de
responsabilidade. Pedalada fiscal, hábito comum no passado recente, não pode
ser alçado à condição de crime por decisão contábil do TCU. Isso decorre da
bagunça institucional a que chegamos pela caduquice da Constituição de 88.
Porém, minha opinião contra o
impedimento não me faz reconhecer méritos no Governo Dilma. Ela herdou
conscientemente, e aceitou a herança, um barco furado. E ajudou no
aprofundamento do naufrágio. Uma prática governamental sustentada na economia
da esmola, populismo rasteiro e demagógico.
Para consumar o projeto
político que levou o PT ao poder, o petismo vendeu a alma. Ou trocou. Juntou-se
com todo tipo de gente. Sem qualquer escrúpulo de caráter ou de ações.
Estraçalharam a Petrobrás. Desmoralizaram os programas sociais, que são na
verdade programas eleitorais. Fizeram tudo o que criticavam nos outros. E se
juntaram com os mesmos “outros”.
Agora, foram abandonados pelos
“leais” aliados. Nunca quiseram ouvir as vozes críticas de aliados antigos e
honestos. Preferiram a bajulação e o conluio dos que agora pulam do barco.
Cumplicidade não é sinônimo de aliança. Deturparam a lição de Lênin. A História
cobra com juros de mora.
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