AGÊNCIA BRASIL (18/04) - Um dia após a aprovação da
continuidade do processo de impeachment da
presidenta Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados, a porta-voz nacional da
Rede, Marina Silva, voltou a se posicionar a favor de novas eleições presidenciais. "A saída para o Brasil não é
Dilma, nem Temer [vice-presidente Michel Temer] é uma nova eleição, que
possibilite aos partidos se reapresentarem para a sociedade brasileira",
defendeu hoje (18), em coletiva de imprensa.
Marina não se apresentou como candidata. Segundo a
ex-ministra, o melhor caminho para o país é a cassação da chapa pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE). A Rede solicitou, na última terça-feira (12), ao TSE,
a admissão como amicus curiae (amigos
da corte) nos quatro processos contra a chapa de Dilma e Temer e, com isso,
poder trazer novos fatos aos processos. A expectativa é que haja um resposta
até o final desta semana.
Amicus curiae é alguém que, mesmo sem ser parte, é
chamado ou se oferece para intervir em processo relevante com o objetivo de
apresentar ao Tribunal a sua opinião sobre o debate nos autos.
Para a Rede, o processo de impeachment tem
bases legais, mas não alcança a finalidade de resolver a crise política,
econômica e social do Brasil. Marina diz que se posiciona a favor do impeachment,
apesar da bancada do partido na Câmara ter sido liberada para o voto, ontem.
Ela que se posicionará a favor, também, caso seja admitido o processo de impeachment de Temer.
"Toda a chapa está comprometida. PT e PMDB
praticaram juntos crime de corrupção, tomaram as decisões que levaram à crise
juntos", diz. "O impeachment não
é golpe", acrescenta.
Marina acredita que novas eleições serviriam para
reunificar um país dividido. "Nesse momento, temos que buscar transição,
que pode ser pactuada e legitimada com novas eleições, que unem brasileiros. A
saída para essa crise está na mãos dos sete ministros [do TSE] que podem
devolver aos 200 milhões de brasileiros a saída que não foi encontrada pelas
lideranças políticas pela falta de legitimidade para fazê-lo".
A Rede aposta que as denúncias feitas na Operação Lava
Jato podem contribuir para acelerar o processo de impeachment contra Temer em
tramitação do TSE. A expectativa é que novas eleições presidenciais possam ser
feitas, ainda este ano, aproveitando a estrutura das eleições municipais,
agendadas para outubro deste ano.
Em 2014, Marina concorreu à Presidência da República pelo
PSB e ficou em terceiro lugar, com 21,32% dos votos no primeiro turno. Em
setembro de 2015, a Rede foi registrada no TSE.
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