sábado, 16 de abril de 2016

A HISTÓRIA DO ALEXANDRIENSE JOSÉ MARCOS DA SILVA (JMARCOS)


JMarcos, natural de Alexandria RN, formado em Letras com habilitação para ensino de Língua Portuguesa e Língua Inglesa na UERN em Mossoró, estudou Artes na UFRN, concluiu especialização para o ensino de MÚSICA na Educação Básica na UFRN em 2014. Professor na rede estadual em Natal e Rede Municipal de em São Gonçalo do Amarante, região metropolitana de Natal. Atualmente desenvolve projetos educacionais envolvendo a música em sala de aula e em comunidades de Natal e Grande Natal.

          José Marcos da Silva, adotei como nome de divulgação, Jmarcos. Filho do senhor Marcos Pedro da Silva, (já falecido), um camponês que dedicou toda sua vida ao cultivo da agricultura em comunidades de Alexandria. Era um homem simples, de pouco ou quase nenhum conhecimento acadêmico, mesmo assim com uma sabedoria popular imensurável. Foi um grande homem, um grande pai, ajudou na minha alfabetização, ensinou-me com simplicidade a seguir seu exemplo de cidadão. Minha Genitora, Senhora Maria Vitalina da Conceição, uma paraibana de Catolé do Rocha, 81 anos de idade, continua lúcida e linda, e me diz sempre que sou o filho mais amado, o que causa um pouquinho de ciúme nos irmãos às vezes. Também a amo muito.
          Quando criança, a época era outra, não havia o mundo virtual da internet onde hoje você pode encontrar com um simples toque digital quase tudo o que procura. Naquela época, só havia o rádio de pilha, e assim mesmo, só para quem o podia comprar. Já havia outros equipamentos sonoros no mercado, mas eram muito restritos a quem tinha condições financeiramente privilegiadas. Não era o caso do meu pai.
          Eu escutava muito rádio de vizinho, até que meu pai conseguiu comprar um rádio daquelas marcas bem antigas e aí pude intensificar mais meu contato com a música. Nas festas comemorativas da cidade  de Alexandria eu ficava encantado com as apresentações das bandas marciais. Era praticamente o que havia a meu alcance em termos de show ao vivo quando criança. Mas eu escutava muito minha família cantar música popular e hino de Igreja. Minha tia Maria de Lourdes cantava hinos de Igreja que me arrepiava. Minha avó paterna também cantava suas rezas e outras canções antigas e lindas. Havia meu tio Zé que cantava muito no trabalho do campo. E para completar, o meu pai tinha um hábito que foi fatal para que eu me apaixonasse pela música. Pois, ele só trabalhava cantando. E cantava clássicos como Luiz Gonzaga, Jackson do pandeiro e até Dorival Caymi entre outros.

          Comprei meu primeiro violão aos 17 anos de idade. Fui aprendendo os primeiros acordes através de amigos e a fazer minhas primeiras composições. Depois, Já em Mossoró, estudando, compondo e me apresentando de vez em quando em barzinho, mostrando meu trabalho, cheguei ainda a participar de Coral da UERN mas Sempre priorizando o estudo.  Entrei na faculdade de Letras, só vim gravar meu primeiro CD no final de 1999 e lançado já em  2000, intitulado “APELO”. Um trabalho bastante mesclado. Com músicas autorais e não autorais. Músicas românticas e pop rock seguindo a tradicional temática de crítica social ainda influenciada pelos anos 80.
          Na época foi divulgado pela internet, onde o baiano Gilberto Gil acessou o  meu site e me parabenizou pela ideia que eu tinha de gravar não só trabalhos inéditos, mas também procurar resgatar grandes Mestres da MPB. Acho que essa ideia se aproximava da mesma ideia do então consagrado Gilberto Gil, que acabara de lançar:  o CD “GILBERTO GIL E AS CANÇÕES DE EU TU ELES”, onde quase todas as canções eram do Rei do baião Luiz Gonzaga.
          Sempre permaneci divulgando meu trabalho sem muita pretensão comercial. Em movimentos estudantis, praças, rádios comunitárias,  inclusive na minha terra natal Alexandria tem sido bastante  divulgado em rádios comunitárias, em lutas sindicais, chegando a me apresentar em Blumenau  Estado de Santa Catarina.
          Em 2009 gravei o CD intitulado “TODAS AS TRIBOS”, um CD que faz referência a um tema que trabalho sempre em minha música: a inclusão social, o combate ao preconceito e o respeito às diversidades. Ainda em 2009, em projetos culturais em Natal tive um rápido contato com um ícone da MPB, o Chico  César que assumia na oportunidade a secretaria de cultura de João Pessoa-PB, o qual admiro muito.
           A partir de 2010, venho participando de alguns movimentos culturais em Natal como (RPM) Rede Potiguar de Música, (COMPOR) Cooperativa da Música Potiguar e coordenando o projeto “MUSICANDO” em escolas públicas de São Gonçalo do Amarante, um projeto que trabalha a música nas escolas em comunidades.
          Em 2010 e 2011 participei com apresentações musicais na feira da música de Fortaleza. Em 2012 por ocasião do centenário de Luiz Gonzaga, participei junto aos componentes da cooperativa da Música  com o Show uníssono  no Teatro Alberto Maranhão em Natal, homenageando o então Rei do Baião cantando a música “Ovo de codorna” do potiguar Severino Ramos que foi gravada por Luiz Gonzaga. Em 2014, compus uma canção para homenagear o carnaval de Alexandria que foi gravada pela minha amiga Nara Costa. A música leva o título de “FESTA BRASILEIRA”. Essa canção suma-se a outras canções em estilo do Forró tradicional num CD que gravei para festa junina. Em 2015 tive o prazer de ser convidado para o Show da minha amiga Nara Costa em Natal comemorando 70 anos de Gonzaguinha. Na oportunidade, pude trocar ideias com o Daniel Gonzaga, filho do gênio, expoente inquestionável da música popular brasileira, o Gonzaguinha.
          Atualmente, a convite da Prefeitura Municipal de São Gonçalo do Amarante, participei da gravação do CD “CANTA SÃO GONÇALO”, que é uma coletânea de músicas autorais para relatar e homenagear a cultura popular da cidade que Câmara Cascudo intitulou de “berço da cultura da popular”. No momento estou apresentando o Show MISCIGENAÇÃO que é um breve relato mostrando de forma musical como se construiu a história e a cultura na formação do povo brasileiro. Um show que chama atenção para o respeito às diversidades.
          Desta forma, levo a música até onde posso. A comunidades carentes, a Escolas, Teatros, Faculdades, e eventos em geral. Participo do Coral Municipal de São Gonçalo do Amarante.
          Não posso esquecer a importância das ideias trocadas com um amigo e grande expoente da música potiguar, o então Músico e Professor Natalense, o Carlos Zens.

Um comentário:

  1. Parabenizo meu conterrâneo amigo Jânio Melo pela brilhante iniciativa de divulgar nossa cultura. Isso alimenta nossa alma.Um povo sem identificação cutural, é um povo sem cidadania. Dedico minha história com muito amor aos amigos e familiares de Alexandria, base de tudo que sou até hoje. Agradeço a Deus também.

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