RADIS 163 - Em meio ao cenário de
predominância do zika, o vírus mayaro chega cada vez mais perto das cidades.
Segundo alertou o site do jornal O Globo (4/3), o mayaro é uma espécie de primo
do chikungunya: não mata, causa surtos de febre e dores persistentes e pode
deixar suas vítimas com sequelas sérias, com perda de mobilidade. Antes
restrito à região amazônica, ele já foi encontrado em centros urbanos, como
Goiás. “São vírus emergentes. O ambiente deles muda com a
entrada do homem na floresta, e eles começam a se adaptar. Buscam novos
hospedeiros e meios de transmissão. Quem vive na Amazônia tem contato com esse
e outros micro-organismos há muito tempo”, afirmou ao jornal a virologista
Socorro Azevedo, da Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do Instituto
Evandro Chagas, em Ananindeua (PA).
O jornal informou que, ao todo, há 34 tipos
de arboviroses (infecções transmitidas por mosquitos e outros insetos) em
circulação na Amazônia: os transmissores do mayaro são os mosquitos silvestres
Haemagogus, os mesmos que transmitem a febre amarela. “Uma doença infecciosa é
resultado do contato do ser humano com insetos e vírus.
À medida que destruímos as
florestas e invadimos as casas dos vírus, eles se mudam”, salientou Renato
Pereira de Souza, diretor-técnico do Núcleo de Doenças de Transmissão Vetorial
do Instituo Adolfo Lutz, em São Paulo. De acordo com o site do Correio
Braziliense (13/3), o avanço do vírus mayaro em Goiás tem preocupado
infectologistas, já que, de 2015 ao início de março, a Secretaria de Saúde
notificou 70 casos da doença enquanto, em 2014, houve apenas um registro.
O Correio registrou, ainda, que o
Ministério da Saúde confirmou que estudos laboratoriais demonstraram
“competência de vetores urbanos”, incluindo o Aedes aegypti, em transmitir o
vírus — o que “torna o mayaro uma potencial ameaça à saúde pública”. “Primatas
como micos e saguis, muito comuns em grandes cidades brasileiras, são
potenciais hospedeiros”, informou ainda o jornal.
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