domingo, 2 de março de 2014

PROFESSORES INSATISFEITOS, PAIS INDIFERENTES E ALUNOS DESMOTIVADOS

ELOISO ALVES DE MATOS 
Diretor do Colégio Objetivo Metropolitano

Denunciar que a educação vai mal é uma coisa, mas prestar um serviço de péssima qualidade é outra coisa bem diferente e, lamentavelmente, esta tem sido a verdade mais contundente das práticas educacionais realizadas por muitos professores em sala de aula.

Evidentemente que todos nós queremos reconhecimento, almejamos ser respeitados profissionalmente, ter bons vencimentos, ser requisitados, admirados enquanto pessoa, marcar positivamente nossa geração e assim deixar um legado que as pessoas possam sentir orgulho de nós.

Este comportamento é inerente aos seres humanos e por isso percebemos todos os dias as pessoas trabalharem, estudarem para crescerem e adquirirem o seu sustento e conseguirem obter sucesso na vida profissional e pessoal.

Mas ultimamente uma parcela significativa da população tem ficado muito preocupada com alguns profissionais da educação que deveriam estar realizando um excelente trabalho, porém não conseguem. Eles alegam que o principal problema é a falta das reais condições para desempenharem sua profissão com qualidade.

Obviamente que poderíamos destacar outras profissões que estão sem qualidade, mas a preocupação que temos com outros profissionais não é igual com a que temos com a educação por causa do protagonismo e centralidade que os educadores ocupam neste modelo de sociedade e desta forma amplia nosso interesse em falar e discutir sobre os profissionais que atuam nesta área.

A maioria dos professores infelizmente age como se a profissão deles fosse a pior do mundo e muitos ainda nem acreditam na educação e mesmo assim insistem e continuam "trabalhando" na área. Alguns foram para burocracia, outros para os sindicatos e etc, mas sala de aula nem pensar.

Basta olharmos o grau de satisfação dos professores a partir de uma pesquisa encomendada pela Fundação Victor Civita ao IBGE; pois nela apenas 21% dos educadores das escolas públicas estavam satisfeitos com a sua profissão.

Isto nos revela uma situação dramática que 79% dos profissionais estão insatisfeitos, ou seja, a maioria conforme a pesquisa. São dados alarmantes, mas profundamente reveladores no ano de 2010, no entanto, a impressão que temos é que não mudou muito o quadro até os dias atuais.

Na mesma pesquisa os professores afirmam que os alunos estão desmotivados com as aulas e por isso eles não se esforçam para realizarem um bom trabalho.

Desta forma o círculo que deveria ser virtuoso e função da aprendizagem e o crescimento, se torna vicioso e desgastante, pois professores insatisfeitos, alunos desmotivados e pais desinteressados, o resultado não será nada bom.

Matéria do Jornal Brasil 247 - Continue lendo



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