domingo, 11 de novembro de 2012

MEMÓRIA VIVA - ALEXANDRIA-RN

Maio de 1958 - Populares, atingidos pela grande seca do ano, concentrados na calçada da Prefeitura Municipal em busca de assistência do Poder Público.

Fonte: Livro Alexandria - Retratos de Uma História
Autor: George Veras - 2007
Foto: Asseniz - Acervo Família Waldemar Veras

RELATO SOBRE A SECA DE 1958

A década de 50 foi particularmente difícil para o Nordeste. Marcada por duas grandes secas – as de 1952 e 1958 – a Região, que detinha um terço da população do País, parecia fadada ao subdesenvolvimento e ao descaso do poder público. Comunidades inteiras apresentavam acentuadas quedas nos padrões sócio-econômicos. Proliferavam o desemprego, a fome, a miséria e a mortalidade infantil. Só em 1958, a renda per capita nordestina registrou uma redução de 15% e os índices de produção caíram em 6% no que se refere à sua participação na renda nacional.

O Nordeste mantinha-se entregue às oligarquias que se beneficiavam da situação, explorando a chamada ‘indústria da seca’. As ações em favor da Região limitavam-se a obras esporádicas e de caráter paliativo. De acordo com o ex-coordenador de Informação para o Planejamento e atual Consultor da Sudene, Herôdoto Moreira, até então não existia uma política pública específica contra a seca e muito menos um plano de trabalho voltado ao desenvolvimento das atividades agrícolas e industriais. O País precisava de uma plano de trabalho que contemplasse a Região e levasse em consideração as suas particularidades. 

Em meio a um clima de desesperança, a própria sociedade nordestina, liderada por alguns setores de participação mais ativa na vida regional, a exemplo da Igreja, dos sindicatos e de alguns facções políticas menos conservadoras, mobilizou-se, conquistou a opinião pública e pressionou o Governo Federal no sentido de adotar medidas mais firmes em benefício do Nordeste.

Em 15 de dezembro de 1959, o Congresso Nacional aprovava a criação da Sudene, sendo nomeado para o cargo de superintendente, o economista paraibano Celso Furtado.

Fonte: Cardernos do Nordeste - OUT 2000 

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