Em 2011, 58,4% dos brasileiros apresentaram ao menos um tipo de carência
entre quatro itens avaliados: atraso educacional, qualidade dos domicílios,
acesso aos serviços básicos e acesso à seguridade social. Dez anos atrás, em
2001, esse índice era ainda maior: 70,1%, segundo informou nesta quarta-feira
(28), no Rio, o IBGE, que divulgou os dados relativos à amostra Síntese de
Indicadores Sociais, ressaltando, entretanto, que o número de pessoas
consideradas pobres caiu no país.
A Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2012 mostra ainda melhoria na
educação, na década 2001-2011, especialmente na educação infantil (0 a 5 anos),
onde o percentual de crianças cresceu de 25,8% para 40,7%. Dentre as mulheres
com filhos de 0 a 3 anos de idade na creche, 71,7% estavam ocupadas. Entre os
adolescentes de 15 a 17 anos, 83,7% frequentavam a rede de ensino, em 2011, mas
apenas 51,6% estavam na série adequada para a idade.
Já a proporção de jovens estudantes (18 a 24 anos) que cursavam o nível
superior cresceu de 27,0% para 51,3%, entre 2001-2011, sendo que, entre os
estudantes pretos ou pardos nessa faixa etária, a proporção cresceu de 10,2%
para 35,8%.
A SIS revela ainda que as desigualdades reduziram-se, na década 2001-2011, em
razão da valorização do salário mínimo, do crescimento econômico e dos programas
de transferência de renda (como Bolsa Família). O índice de Gini (mede a
distribuição de renda) passou de 0,559, em 2004, para 0,508, em 2011.
Em relação ao trabalho, entre 2001 e 2011, a Síntese constatou um crescimento
da proporção de pessoas de 16 anos ou mais de idade ocupadas em trabalhos
formais (de 45,3% para 56,0%), embora se mantivessem na informalidade 44,2
milhões de pessoas, em 2011. O rendimento médio no trabalho principal teve um
aumento real de 16,5%, nesse período, sendo que mulheres (22,3%) e trabalhadores
informais (21,2%) tiveram os maiores ganhos reais.
No entanto, o rendimento das pessoas ocupadas pretas ou pardas equivalia, em
2011, a 60% do rendimento dos brancos. A SIS aponta, também, que em 2011 o tempo
médio semanal dedicado pelas mulheres em afazeres domésticos era 2,5 vezes maior
do que o dos homens.
Quanto aos indicadores demográficos, em 2011, a taxa de fecundidade era de
1,95 filhos por mulher, variando de acordo com a escolaridade (de 3,07 para
mulheres com até 7 anos de estudo, para 1,69, para aquelas com 8 anos ou mais de
estudo). Na década, a população idosa de 60 anos ou mais de idade cresceu a uma
taxa anual de 3,7%, enquanto a população total cresceu a 1,2% ao ano.
A SIS 2012 inovou, ainda, ao tratar da proteção social e direitos humanos,
abordando questões como a violência contra a mulher, entre outras. Verificou-se
que, em mais da metade dos 75 mil registros de violência contra a mulher, elas
acreditavam que havia risco de morte.
Via Agência Rio
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