A maior paralisação de servidores federais da história impede que remédios
cheguem aos hospitais, afrouxa a segurança nas fronteiras e gera prejuízo de R$
1 bilhão. Saiba como atuam, quanto ganham e os planos dos líderes do movimento.
Nos últimos três meses, o País vem enfrentando uma onda de greves que paralisa
boa parte dos serviços públicos federais. Na contabilidade dos grevistas, 350
mil trabalhadores já cruzaram os braços – na sexta-feira 24, estimava-se que 200
mil permaneciam sem dar expediente – para reivindicar principalmente aumento
salarial, no que já é considerada a maior greve da história do serviço público
brasileiro. Nem as paralisações na gestão Fernando Henrique Cardoso, as
mobilizações no início do primeiro mandato de Lula e protestos setorizados, como
os de controladores de voo em 2006, se comparam ao movimente atual, seja em
duração, grau de planejamento e senso de oportunidade – ou oportunismo. A greve
que começou pequena em maio, com professores universitários, logo absorveu os
servidores administrativos das universidades e, em poucas semanas, abarcou
dezenas de categorias. No fim de junho, quando aderiram à onda os funcionários
das agências reguladoras, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal,
além dos auditores fiscais, o governo se deparou com uma situação dramática. A
greve atingiu serviços fundamentais e estratégicos, como a aduana, a vigilância
sanitária e a segurança de fronteiras. O prejuízo até agora ultrapassa R$ 1
bilhão, mas os danos sociais são incalculáveis.
O radicalismo como instrumento de negociação se tornou a principal marca do
atual movimento grevista, que vem sendo conduzido por uma associação entre
antigas lideranças do funcionalismo com uma nova geração de sindicalistas.
Várias dessas estrelas emergentes têm pouca ou nenhuma tradição na luta
sindical. Raramente saem de seus gabinetes para negociar e, por seus altos
salários e perfil empresarial, ganharam da presidenta Dilma Rousseff a alcunha
de “grevistas de sangue azul”. Esse grupo é considerado a elite do funcionalismo
público, com salários de R$ 10 mil a R$ 25 mil, altamente qualificado, com
cursos de pós-graduação, mestrado e até doutorado. Alguns sindicalistas andam
de carro importado e usam as redes sociais da internet para definir estratégias
de ação. Lideranças tradicionais, insatisfeitas com os controles de gastos e a
estabilização no número de servidores do Executivo, aceitaram colocar-se a
reboque da turma de “sangue azul”. Dessa maneira, tentam deter avanços que o
governo vem implementando na gestão do funcionalismo público. A criação de
fundos de pensão que reduzem privilégios de algumas castas de servidores foi tão
mal recebida pelos sindicalistas quanto a legislação sobre transparência
pública, que expôs os vencimentos de cada um deles.
Barriguda News
Via Revista ISTO É
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