Um grupo de pesquisadores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) está desenvolvendo um programa assistencial para monitoramento de pacientes com Doença de Chagas da mesorregião do Oeste potiguar. O projeto nasceu a partir dos estudos para a tese de doutorado de um dos docentes da instituição, o professor e cardiologista Cléber de Mesquita Andrade, que leciona no curso de Medicina.
Segundo ele, o pontapé inicial foi um trabalho realizado no período de 2007 a 2007, nos 51 municípios da mesorregião do Oeste potiguar, envolvendo pacientes selecionados, além de outros, totalizando 153 pessoas. O estudo apontou que a prevalência média de Doença de Chagas na área pesquisada é de 6%, com variações de 3,2% a 10,2%, índices considerados muito elevados. Além disso, 30% dos pacientes com Doença de Chagas possuem a forma cardíaca da doença e 60% vai a óbito em decorrência de morte súbita.
Diante disso, o objetivo do programa é estudar os pacientes e procurar um marcador que possa prever os riscos imunológicos, conforme explica o pesquisador. Em outras palavras, seria um modo de 'medir' a situação do paciente. Isso porque, hoje não há um exame que possa oferecer certos dados precisos sobre o quadro, diferentemente do que ocorre nos pacientes com HIV, por exemplo, onde a verificação da carga viral oferece ao médico e ao paciente informações sobre a necessidade de intensificar ou manter o nível dos cuidados. Segundo o professor, se houvesse um marcador que informasse quando o risco é maior, isso agilizaria o tratamento.
Até o momento, a equipe selecionou e avaliou os pacientes e identificou as formas da doença, identificando algo superior a 100 variações em cada paciente. Agora, a equipe está em fase de análise de dados.
O próximo passo é escrever os resultados que essas análises geraram, que é a contribuição científica da pesquisa, uma vez que, do ponto de vista comunitário, a resposta já existe, pois os pacientes estão sendo acompanhados e medicados.
Cléber Mesquita informa que, em associação com o projeto, estão sendo desenvolvidas ações extensionistas. Desse modo, dez estudantes do curso de Medicina, supervisionados por professores da graduação, estão acompanhando, clinicamente, esses e outros pacientes. O número de consultas varia de acordo com a situação de cada paciente - baixo, médio e alto risco. A intenção é de que esse acompanhamento seja feito ao longo dos anos. "Não é só um projeto de doutorado, é um projeto de vida", explica.
Barriguda News
Via Gazeta do Oeste
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