Os partidos que descumprirem a exigência legal de preencher pelo menos
30% das vagas nas eleições municipais de outubro com mulheres
enfrentarão uma dura campanha contrária no pleito. Os procuradores
eleitorais de todo o país irão pedir a impugnação das chapas que não
preencherem as cotas femininas.
"Estamos tentando fazer um movimento em todo o Brasil para acabar com
o machismo eleitoral", explicou à Agência Brasil um dos idealizadores
da ação, o promotor eleitoral Francisco Dirceu de Barros. Ele já acionou
mais 1,2 mil promotores eleitorais para formar um grupo nacional que
fiscalize o cumprimento da Lei da Ficha Limpa, que estabelece o
preenchimento mínimo de 30% das vagas para um dos sexos. Isso significa
que nenhum dos dois sexos pode ocupar mais que 70% das vagas em uma
chapa.
Segundo Barros, que também é autor do livro Direito Eleitoral,
atualmente a participação feminina na Câmara, por exemplo, alcança
apenas 9%. A proporção, de acordo com ele, é muito inferior à de outros
países – na Argentina as mulheres ocupam 40% dessas vagas, na Holanda,
39% e em Ruanda, 48%. "Hoje é vergonhosa a participação feminina. O
Brasil ocupa a posição 146 em relação ao resto do mundo."
O promotor explica que uma mudança na lei passou a obrigar os partidos
ou coligações a preencherem 30% das vagas de candidatos para as mulheres
– ou para os homens, caso 70% dos candidatos tenham sido do sexo
feminino. Antes, segundo ele, os partidos só eram obrigados a reservar
as vagas. Com isso, eles burlavam a legislação não preenchendo o espaço
destinado às cotas e lançando apenas candidatos homens.
Fonte: Agência Brasil
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