O delegado Renato Batista, à frente do inquérito que apura a morte de
Cínthia diz não se convencer da motivação passional alegada pelo acusado
do crime, o caseiro Poliano Cantarele Fernandes Lacerda, 35. "Ele
chegou a alegar que fez isso por sentir raiva da irmã da menina, com
quem teve um relacionamento há dois anos e teria sido traído por ela,
bem como afirma ainda que está se relacionando com a mãe e esta estaria
lhe pedindo muito dinheiro. Mas está claro que é um crime sexual, pois
ele tentou estuprá-la", explica o delegado. O acusado, vizinho da
vítima, mostrou ontem à Polícia os locais onde esteve com a menina ao
cometer o assassinato. Fotos de adolescentes e crianças nuas encontradas
com o caseiro também são alvo de investigação.
O titular da delegacia de Areia Branca conta que interrogou o acusado na
tarde da última quinta-feira, quando ele confessou o crime. E durante
os questionamentos, segundo o delegado, o caseiro afirmou ter tido um
caso com uma irmã adulta de Cínthia Lívia, por quem teria sido traído.
"Ele disse que ficou com bastante raiva por causa disso, o que teria
levado a cometer o crime". O delegado afirma que ainda deverá ouvir
novamente a diarista Vânia Maria de Araújo, 39 anos, mãe da garota
morta, para confirmar o relacionamento que Poliano Lacerda alega ter com
toda a família da vítima. "Sabemos que este é um momento de dor e luto e
vamos deixar para colher esse depoimento mais para frente".
Porém, pelas características do crime, o delegado acredita que a
motivação para o bárbaro assassinato tenha sido mesmo sexual. "Ele
confirmou que tentou estuprar a menina e, como ela reagiu, acabou
matando-a. Como prova disso, mandamos que fosse feito um exame de corpo
de delito nele, pois apresenta um arranhão no braço esquerdo,
provavelmente feito pela garota ao tentar defender-se".
Para estabelecer uma dinâmica de todo o crime, Poliano Lacerda levou a
equipe coordenada por Renato Batista aos locais para onde levou Cínthia
Lívia e também onde teria escondido a roupa da criança. Segundo o relato
doacusado ao delegado, na noite do sábado passado, o caseiro abordou a
criança na rua em que moravam, em Tibau, quando a garota voltava de um
mercado onde comprou um chiclete.
"Ele contou que a menina lhe encontrou e pediu-lhe R$ 5. Nós acreditamos
que isso tenha acontecido por causa da relação próxima dele com a
família. Nesse momento, ele pediu então que ela, em troca, lhe ajudasse
na limpeza da piscina de uma das casas onde trabalhava. A menina o
acompanhou e, antes de chegar ao local indicado, ele a atacou e levou
para a casa onde havia o poço, na qual foi encontrado o corpo. Ali ele
tentou estuprá-la, mas ela resistiu e foi morta. Ele, então, tirou as
roupas da menina, a jogou no poço e foi para a casa onde trabalhava e
foi limpar a piscina, como se nada tivesse acontecido. Nesse local ele
escondeu a calcinha da menina e outras roupas". Poliano Lacerda chamou a
atenção do delegado pela frieza. "Logo após o crime, ele foi para o
comício que houve na cidade, como se nada tivesse feito".
Barriguda News
Diário de Natal
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