A assembleia de ontem dos professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern), no auditório da Faculdade de Medicina, bairro Aeroporto, serviu para revelar o contentamento da categoria com a decisão do Tribunal de Justiça do RN que considera legal a greve dos docentes e técnicos-administrativos iniciada dia 3 do mês passado.
O professor Lindocastro Nogueira, assessor jurídico da Aduern, lamentou a ação do Governo do Estado em favor da ilegalidade da greve, negada pelo Tribunal de Justiça. Sobre a suspensão dos salários, disse que ficou evidente a indignação da interferência do Governo na Universidade. "O Governo é capaz de tudo para abafar a greve da Uern. Isso é um atentado contra a Universidade", disse o professor.
O presidente da Aduern, professor Flaubert Torquato, repassou os informes da audiência de conciliação, na qual o Governo, por três vezes, segundo ele, disse não ter proposta para o encerramento da greve, enquanto que as categorias estavam dispostas a negociar.
Ele entende que isso pode ter sido decisivo para a decisão preliminar do Judiciário sobre a legalidade da greve.
Para encerrar a paralisação, os servidores reivindicam cumprimento de acordo, assinado em setembro de 2011, que previa o reajuste de 10,65% para abril de 2012, a primeira parcela de um escalonamento de três anos. Professores e técnicos-administrativos reclamam que, além de não ter cumprido, o Governo não assegura quando pagará o aumento.
PROGRAMAÇÃO
Enquanto o impasse não é resolvido, os professores intensificam as mobilizações paralelas à greve. Ontem, juntaram-se a técnicos-administrativos em uma caminhada com panfletagem, iniciada no espaço "Arte da Terra" e seguida por várias ruas do centro da cidade com participação de estudantes.
Após a manifestação, no começo da noite, na Reitoria da Uern, participaram do arraiá promovido pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), com o tema "Rosalba, quem puxa a quadrilha é você" (leia mais nesta página). Hoje, às 10h, na sede da Aduern, o comando de greve unificado se reúne para traçar novas estratégias de mobilização.
Às 18h, os estudantes promovem, em Natal, o "Aniversário de 30 dias da greve", em solidariedade ao pleito das categorias da Uern. A manifestação será realizada na parada do Midway Mall, na avenida Hermes da Fonseca. Amanhã haverá mobilização no Campus de Assu, às 8h. Participação pode ser confirmada na Aduern, através do telefone 3312-2324.
Estudantes protestam em festa junina defronte à Reitoria
Assim como professores e técnicos-administrativos, estudantes também se mobilizam no período de greve da Uern. Ontem, a classe estudantil promoveu ato público denominado "Arraiá da Greve", defronte à Reitoria da Uern. O evento foi um misto de protesto e diversão, com música, quadrilha junina, comidas típicas e manifestações contra o atual momento da Uern, um canal de denúncia em defesa da Universidade.
A ideia, segundo o Diretório Central dos Estudantes (DCE), é revelar a indignação dos alunos com a falta de atenção e investimentos na Educação do Estado, por parte do atual governo, que vem traçando uma gestão omissa em diversas áreas, principalmente na rede pública de ensino e na educação superior, segundo o DCE.
A entidade representativa dos estudantes reclama do corte de verbas na educação, sucateamento das escolas e universidade pública, falta de segurança e infraestrutura, entre outros problemas. Ainda conforme o DCE, problemas como esses representam o quadro de abandono e descaso que se encontra a educação pública do Rio Grande do Norte.
Da redação do barrigudanews
com informações do Mossoroense
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