O novo
ministro da Educação, Carlos Alberto
Decotelli, pediu demissão do cargo após 5 dias do anúncio feito pelo presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) de sua escolha para comandar o MEC
(Ministério da Educação), feita na quinta-feira (25) da semana passada.
O motivo de
sua saída, oficializada nesta terça-feira (30), foi o desgaste sofrido por conta
dos erros e inconsistências presentes em seu currículo. Decotelli - que havia sido nomeado, mas não empossado - entregou uma carta de demissão a Bolsonaro. O próprio presidente teria
convencido o agora ex-ministro a deixar o cargo.
Bacharel em
Ciências Econômicas pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e ex-presidente do
FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), Decotelli
foi o nome escolhido para suceder Abraham Weintraub,
que pediu demissão da pasta após 14 meses no cargo ao ser indicado para um
posto de diretor representante do Brasil no Banco Mundial.
A escolha de Decotelli foi apadrinhada
pelo almirante Flávio Rocha, assessor do presidente no Palácio do Planalto, e
foi chancelada pela ala militar. No entanto, as falhas presentes em seu
currículo acabaram por descredenciar a escolha, apontada como técnica e não
ideológica.
O primeiro apontamento veio do reitor da Universidade Nacional
de Rosario, na Argentina, onde Decotelli afirmou ter realizado o doutorado. O
diretor Franco Bartolacci revelou que ele foi reprovado na defesa da tese
e não obteve o título de doutor. Há
ainda sinais de plágio na sua dissertação de mestrado.
O título de pós-doutorado também foi contestado.
De acordo com a professora da Universidade de Wuppertal, na Alemanha, Brigitte
Wolf, Decotelli não obteve apoio de uma empresa alemã para fazer a pesquisa de
pós-doutorado. Por isso, teria voltado para o Brasil para continuar a pesquisa
aqui.
Em nota divulgada na noite de segunda-feira (29), a Fundação
Getúlio Vargas (FGV) negou que o economista tenha sido professor ou pesquisador
da instituição. Ele teria atuado nos cursos de educação continuada, nos
programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das
escolas da Fundação.
O NOVO NOME
De acordo com fontes do Planalto, a ala militar agora tenta
convencer o presidente a escolher um nome com o mesmo perfil técnico e que não
seja ligado ao escritor Olavo de Carvalho, guru da ala ideológica e padrinho
Weintraub no MEC.
Enquanto isso, o Ministério da Educação enfrenta desafios
urgentes, como a aprovação do novo Fundeb, volta às aulas presenciais e
realização do Enem 2020, ainda sem data marcada.
*Yahoo Notícias - Brasil