sábado, 20 de junho de 2020

CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE NILO DE PAIVA CAVALCANTI

POR GEORGE VERAS

No dia 20 de junho de 1920, nascia, na povoação de Alexandria, então município de Martins, mais um filho do casal Benício de Paiva Cavalcante/Maria de Paiva Cavalcanti, “Dona Sinhã”.

Nilo de Paiva Cavalcanti chegava ao mundo e, muito jovem, foi representar o Brasil na II Grande Guerra Mundial, iniciando como soldado e sendo promovido a cabo da nossa Aeronáutica. Participou ativamente da tomada de Monte Castelo, na Itália, em fevereiro de 1945. Ficou na história.

Já maduro, se casou com a jovem Francisca Almeida de Paiva, a inesquecível e amável “Fransquinha”, de cuja união nasceram Ênio Almeida de Paiva Cavalcanti, Eucélia Almeida de Paiva Cavalcanti, Nilo Almeida de Paiva Cavalcanti, Emerson Almeida de Paiva Cavalcanti e Marcelo Almeida de Paiva Cavalcanti, sendo um verdadeiro pai dos enteados Gutemberg Almeida Rocha, Marta Gerusa Almeida Rocha e Aluísia Almeida Rocha.

Nilo Paiva, como era conhecido, foi servidor público federal, atuando nos Correios, havendo trabalhado ainda como dentista prático junto ao Hospital Maternidade Guiomar Fernandes e à rede municipal de saúde, precisamente no Posto de Saúde do Sítio Riacho do Meio, na zona rural de Alexandria.

Mas, além de toda essa vitoriosa e bonita trajetória, Nilo Paiva se destacou como o maior flamenguista dentre todos os alexandrienses. Por haver residido na cidade do Rio de Janeiro, soube bem absorver a paixão pelo clube de futebol mais querido do Brasil e com a maior torcida do mundo.

Sem qualquer influência, logo na minha infância optei por torcer pelo Flamengo, mas foi Nilo que impulsionou minha paixão pelo Mengão. Ainda criança, visitava quase que diariamente a casa dele para ouvir as resenhas esportivas da Rádio Globo, do Rio, acompanhando o dia-a-dia do nosso amado Flamengo.

Lembro que, no início dos anos oitenta, haveria um jogo decisivo que não teria transmissão pela chamada repetidora, em Alexandria. Formou-se um grupo para ir assistir à partida em Marcelino Vieira e Nilo Paiva foi pedir autorização a meu pai para eu ir à vizinha cidade. Papai não permitiu e eu fiquei muito angustiado.

Muito marcantes para mim e para geração foram as várias comemorações do Flamengo nas ruas da nossa terra. Nilo, com idade de ser meu avô, na frente, cheirando a bandeira rubro-negra que ele adquiriu na cidade maravilhosa e eu, ainda criança, o acompanhando, naquela alegria contagiante com as vitórias e conquistas do nosso clube, comandado pelo eterno ídolo Zico.

Aprendi também com Nilo a beber cerveja em copo de alumínio. Ele guardava seu copo no bar do também saudoso Lafaiete, ponto de encontro dos alexandrienses e local onde a nação flamenguista encerrava as comemorações dos diversos títulos conquistados. Numa mesma época, desfrutei das amizades de Nilo e de seu filho Nilo Júnior, um dos maiores parceiros na minha infância/adolescência.

São fatos que marcaram minha infância, minha adolescência e que guardo hoje, já com mais de cinquenta anos vividos, graças a Deus!

Nilo faleceu no dia 30 de julho de 2002, na cidade de Natal, onde estava residindo, deixando muitas saudades e recordações.

Parabéns e obrigado por tudo, meu inesquecível amigo Nilo Paiva!

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