Da Folha de S. Paulo, a entrevista do presidenciável Jair
Bolsonaro, deixando bem claro que, caso seja eleito, vai governador para quem
votou e para quem não votou nele.
Mais do que o óbvio.
Eis a reportagem da Folha, repercutindo a entrevista que o
candidato deu a uma emissora de TV do Piauí:
Vamos
acabar com coitadismo de nordestino, de gay, de negro e de mulher, diz
Bolsonaro
Segundo o
presidenciável, que voltou a criticar a Folha, políticas afirmativas reforçam
preconceito
Yala Sena –
Teresina
Ao mirar eleitores do Nordeste na reta final da campanha, o
candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, afirmou em
entrevista à TV Cidade Verde, afiliada do SBT no Piauí, que irá acabar com a
política do “coitadismo” de nordestino, gay, negro e mulher. Segundo ele, as
políticas afirmativas reforçam o preconceito.
“Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo.
Coitado do negro, coitado da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino,
coitado do piauiense. Vamos acabar com isso”, disse.
Na entrevista, o candidato afirmou que não perseguirá os
governadores do PT e da oposição. “Não podemos prejudicar o povo do Piauí (se
referindo ao governador reeleito Wellington Dias, do PT), qualquer estado que
seja, porque tem um governador que não se alinhe ideologicamente conosco. Vamos
tratar todos os estados de forma republicana.”
Sobre o MST, o candidato disse que vai trata-lo como ação de
terrorismo. “Ações do MST serão tipificadas como terrorismo. Esse pessoal não
pode continuar levando terror ao campo”.
Ele voltou a falar sobre a polêmica do WhatsApp e criticou a
Folha. “Primeiro, a matéria surgiu na Folha de S.Paulo, num jornal de sempre,
num jornal que não tem qualquer compromisso com a verdade”, disse.
A reportagem em questão foi publicada pela Folha na
quinta-feira (18) e mostra o pagamento a agências de mídia, por empresários
simpáticos a Bolsonaro, para disparar mensagens antipetistas a grandes bases de
eleitores no WhatsApp. A legislação eleitoral proíbe a doação por empresas às
campanhas, e os valores não foram declarados.
Bolsonaro diz que a reportagem é “plantada” e que foi usada
de argumento para ações no Supremo para o PT e PDT. E negou envolvimento com o
caso.
“Não tenho qualquer contato com empresário, nunca pedi pra
ninguém fazer isso. Afinal de contas, nos dominamos as mídias sociais desde
antes de começar a eleição. Não temos 7 milhões de seguidores de agora. No meu
Facebook nunca impulsionamos nada, nunca pagamos dez centavos. É o desespero
por parte deles”.
*Thaisa Galvão
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