Integrantes do Diretório Nacional do PDT e representantes de
movimentos ligados ao partido encaminharam à Comissão de Ética da
legenda um pedido para que a candidatura de Carlos Eduardo Alves ao
Governo do Rio Grande do Norte seja cassada e para que o político seja
expulso da sigla, por causa do apoio declarado por ele a Jair Bolsonaro
(PSL) no segundo turno presidencial.
Em nota, os correligionários
afirmam que, ao “flertar abertamente com o neofascismo”, Carlos Eduardo
feriu a identidade ideológica do PDT, que é um partido “nacionalista,
trabalhista e popular” e “de esquerda, antifascista e
anti-imperialista”. A necessidade de obediência a esses princípios
estaria clara no Estatuto do PDT, segundo os que assinaram o pedido de
expulsão.
O pedido classifica, ainda, Carlos Eduardo como um
“oportunista”. “Seria vergonhoso, na história do Brasil, um partido com a
história de lutas como o PDT abrigar em seu seio notórios oportunistas
que flertam, paqueram e transam abertamente com o fascismo”, diz o
documento, assinado por 12 pessoas, que pede punições também para
Amazonino Mendes (candidato ao Governo do Amazonas), Odilon de Oliveira
(candidato ao Governo do Mato Grosso do Sul) e Ênio Bacci (deputado
estadual pelo Rio Grande do Sul).
Citando personalidades que
ajudaram a formar o PDT, como Darcy Ribeiro e Leonel Brizola, os
correligionários destacaram que a história do partido é em defesa do
“trabalhismo, da Nação e dos interesses do povo brasileiro”, algo contra
o qual Jair Bolsonaro atentaria, na opinião deles.
“A expulsão de
todos é em defesa dos direitos humanos do povo brasileiro. Defender a
expulsão de todos os supracitados é defender a causa da mulher, do
negro, do índio, da população LGBT, do jovem, do nordestino, do inválido
e dos aposentados. O expurgo sumário de Amazonino Mendes, Carlos
Eduardo Alves, de Odilon de Oliveira e de Ênio Bacci é em defesa da
nossa história e da nossa ideologia trabalhista”, acrescenta o pedido.
Signatário
do pedido, Wendel Pinheiro, membro do Diretório Nacional do PDT, afirma
que Carlos Eduardo e os demais integrantes do partido deveriam seguir a
recomendação de manifestar “apoio crítico” a Fernando Haddad (PT) no
segundo turno presidencial. “Fizemos a representação para que eles
possam responder porque decidiram apoiar Bolsonaro. Isso fere a linha do
partido”, destaca.
Também membro do Diretório Nacional do PDT,
Rafael Galvão defende, diante das circunstâncias, a eleição de Fátima
Bezerra (PT) para o Governo do Rio Grande do Norte. “Não podemos
permitir que esse País caia na mão de fascistas, de pessoas que querem
levar o País a um período de trevas, em que as pessoas não possam
questionar, se manifestar ou ter livre consciência nem liberdade de
expressão. Não podemos retroceder nem voltar atrás. Por isso, pedimos a
expulsão. Não podemos compactuar com erro, com discurso autoritário nem
discurso racista. Queremos que a Comissão de Ética se manifeste o mais
rápido possível”, argumentou.
A assessoria de Carlos Eduardo
classificou a notícia como um “factoide”. De acordo com a campanha, o
candidato conversou “pessoalmente” com o presidente nacional do partido,
Carlos Lupi, e com membros da Executiva Nacional, que teriam liberado o
apoio a Bolsonaro. “Falta de assunto”, complementou a assessoria.
Rafael
Galvão finalizou acrescentando que, independentemente disso, o pedido
de expulsão deverá ser analisado. “O partido é um organismo vivo. Carlos
Lupi é o presidente, não dono do partido. Eles [assessoria de Carlos
Eduardo] não conhecem o partido do qual fazem parte. Vai ser votada a
expulsão dele. Ele não nos representa, nem a maioria do PDT”, completou.
O Agora RN procurou o PDT, mas, até o fechamento da reportagem, não havia obtido resposta.
*AgoraRN
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