Segundo alguns historiadores, a literatura de cordel existe desde a
época dos conquistadores greco-romanos, saxões e fenícios, chegando a
Portugal e Espanha por volta do século XVI, sob a alcunha de "pliegos
sueltos" (folhas soltas) ou "volantes".
No Brasil, teria chegado
junto com os portugueses e se disseminado a partir de Salvador, primeira
capital do Brasil, sendo evidenciado a partir de 1750, mais com o uso
da oralidade que mesmo da escrita.
Batizado de cordel, devido a forma
como era exposto em cordões nas feiras-livres, esta expressão da poesia
nunca esteve tão em evidência como de uma década para cá.
Antonio
Francisco Teixeira de Melo (foto) é hoje a maior expressão do gênero no Rio
Grande do Norte, tendo vendido ao longo dos últimos dez anos uma
quantidade tão considerável de livros que nem mesmo sabe precisar: "Não
faço nem ideia de quantos livros já vendi, mas só pra você ter uma
ideia, a editora tem hoje cinco poetas adotados pela Secretaria de
Educação do Estado de São Paulo e eu sou um deles, pela quantidade de
vendas que tenho", sentencia o poeta que descobriu cedo a poesia
incrustada nos cordéis, porém, só em 2001 veio a publicar o seu primeiro
livro.
Antonio atribui o sucesso atual do cordel aos novos
escritores, à qualidade do que se tem produzido atualmente e as
temáticas cada vez mais atrativas, além do fato de que existem bons
poetas, segundo ele, escrevendo em todas as regiões do país.
Sobre o
fato de concorrer com novas tecnologias, o cordelista é taxativo:
"Quando o rádio surgiu, disseram que o cordel iria acabar, quando a TV
surgiu, disseram que o cordel iria acabar, hoje o cordel está no rádio e
na TV, e cada dia mais vivo".
Uma editora a serviço do cordel
Há
29 anos, Gustavo Luz criou o selo editorial Queima-Bucha. Inicialmente
voltado para a publicação de revistas, livros e quadrinhos, na última
década, o editor encontrou na literatura de cordel um nicho de mercado e
passou a apostar no gênero desde então.
Apesar de estar em alta,
Gustavo ressalta que mesmo com todo o sucesso houve um pequeno declínio
na produção nos últimos meses, o que ele atribui a um excesso de
autores.
"O cordel está na moda, tem muita gente escrevendo cordel, mas muito poucos escrevendo poesia", diz.
Aos
que desejam publicar um cordel, ele explica que não é preciso muitos
recursos: "Uma tiragem mínima de 300 exemplares de uma obra com oito
páginas fica em torno de 200 reais".
Sobre o futuro do cordel, Gustavo prevê: "Há um mercado, os bons vão ficar."
Fonte: O Mossoroense
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