A frase acima é gasta?; caos em reintegração de posse, no Rio de
Janeiro, de prédio da telefônica Oi invadido por uma favela, acentua
paradoxo entre a Polícia Militar e o povo; corporação se defende, mas é
inegável que, no cumprimento de ordem judicial, faltou planejamento,
organização e, sobretudo, diálogo com cidadãos.
Barriguda News
Brasil 247-RJ
Aconteceu mais uma vez – e com intensa
dramaticidade. Com mais de 25 feridos, carros das emissoras Globo, SBT e
Record depredados, ônibus incendiados e dezenas de desabrigados, uma
operação de reintegração de posse no Rio de Janeiro terminou com cenas
de guerra urbana. Para retirar uma favela montada dentro do prédio do
almoxarifado da telefônica Oi, no bairro do Engenho Novo, a Polícia
Militar simplesmente perdeu o controle da situação.
Depois de conduzir os primeiros moradores para fora de seus barracos,
nas primeiras horas da manhã, os homens da corporação destacados para a
operação passaram a responder com extrema violência a provocações e
protestos. Gás de pimenta, bombas, tiros e cassetadas foram distribuídas
fartamente sobre o público, sem que um plano organizado de retirada
deles para outro local estivesse em curso.
A mistura entre moradores surpreendidos e os agentes provocadores
levou muitos despejados a atearem fogo em uma viatura da PM, um ônibus e
depredarem carros de reportagem e instalações técnicas das emissoras
Globo, SBT e Record. Um repórter do jornal O Globo foi preso.
- Demos orientações, não tivemos turbulências. Não temos essas
informações, negou, à Globo News, o porta-voz da PM, tenente-coronel
Cláudio Costa.
Mas as imagens que, de resto, correram todo o mundo imediatamente,
não mentem. A PM, simplesmente, perdeu o controle a execução da ordem de
reintegração e partiu para revidar protestos legítimos com extrema
violência. "Cadê os direitos humanos?", perguntou um dos retirados, que
alegava existirem crianças mortas. Esse rumor não foi confirmado por
nenhuma fonte oficial, entre a PM e hospitais da região, para onde os
feridos foram levados.
O episódio do Rio de Janeiro não pode ser visto como isolado. Ele
acentua o feitio de vários barris de pólvora em que se transformaram as
grandes cidades brasileiros, especialmente o Rio e São Paulo, as duas
maiores. A continuar dispensando esse tratamento à população, que evita o
diálogo organizado com as comunidades para agir contra elas como se
estivessem em uma guerra, os chefes e soldados da PM contribuem
decisivamente para a explosão de novos e perigosíssimos conflitos
sociais. A fórmula do caos está dada e todos já a conhecem.
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