quarta-feira, 23 de abril de 2014

MÚSICA: KHRYSTAL SARAIVA

 Yuno Silva
Repórter TN


Ela está há pouco mais de 15 anos na estrada, começou como tantos outros cantando na noite e atualmente vive o melhor momento de sua carreira – pelo menos até agora! Com talento e muita personalidade, Khrystal Saraiva colhe os frutos de seu trabalho como cantora e compositora Brasil afora, lida coroada por uma agenda que extrapola as fronteiras do Rio Grande do Norte. Mas antes que tentem creditar a boa fase da potiguar na conta pós-The Voice Brasil, é bom que se diga que não é de hoje que Khrystal coleciona performances em palcos fora do Estado: a diferença é que agora as coisas estão menos difíceis – fácil é uma palavra que não faz parte do dicionário da cantora de 32 anos que andava pelo Beco da Lama na virada do século buscando uma brecha para soltar a voz.

Para se ter uma noção do alcance de sua música, Khrystal cumpre nova temporada regional levando na bagagem os últimos momentos dedicados à divulgação do álbum “Dois Tempos”, lançado em 2012. Enquanto o terceiro disco não sai do forno, cujo lançamento está previsto para o segundo semestre deste ano, ela segue para Fortaleza no dia 25. Na volta, faz Areia Branca (RN) dia 26 e retorna a Natal para preparar show especial no Teatro Riachuelo no dia 2 de maio (ingressos à venda na bilheteria do teatro por R$ 40 a R$ 100). Ainda em maio se apresenta em Maceió (29), Campina Grande (30) e Caruaru (31); chegando ao Recife no dia 7 de junho.

Para Khrystal, além, claro, de toda repercussão e visibilidade nacional que sua participação no programa The Voice Brasil proporcionou, passar a ser conhecida e reconhecida por mais pessoas dentro do próprio RN foi sua maior conquista. Em entrevista exclusiva ao VIVER, ela fala da carreira pós-The Voice, da polêmica envolvendo seu nome quando desabafou nas redes sociais sobre sua saída, dos novos projetos e da atuação como atriz no filme “A Luneta do Tempo” de Alceu Valença. Confira:


Bate-Papo - Khrystal SaraivaCantora

Você tinha uma agenda movimentada de shows fora do RN bem antes de participar do programa. Mas as coisas ficaram menos difíceis agora, no pós-The Voice?
Sempre trabalhei muito, mas as coisas se ampliaram, tenho recebido convite para cantar em várias cidades fora da minha área de atuação (Nordeste). Esse segundo semestre promete trazer novas conquistas, novos palcos e platéias. Isso me estimula muito, mas não tem nada fácil não.

E o cachê melhorou também?
Que pergunta indiscreta. [risos] Melhorou um pouquinho sim!

Apesar de você ainda estar circulando com o show do CD “Dois Tempos”, já há planos para um novo álbum. No segundo semestre teremos novidades, confere?
Confere. O “Dois Tempos” está na fase final de seu ciclo. Vem aí um novo disco e já estou finalizando tudo.

Alguma coisa para adiantar sobre esse próximo disco: composições autorais, algum estilo predominante, novas parcerias?
Dá pra dizer que tem “A Carne” e “Morô?” no repertório. É um disco de intérprete, só tem uma música minha (a própria Morô?), e está ficando lindo. Já muito sinto orgulho. (As duas músicas citadas foram defendidas por Khrystal durante sua participação no The Voice Brasil)

Falando nisso, a música “A Carne” (Seu Jorge/Marcelo Yuca/Ulisses Cappelletti) marcou sua performance na TV. Consegue explicar os motivos da identificação imediata do público? O que pesa mais: o teor da letra/mensagem, sua interpretação ou as duas coisas juntas?
Antes de ir para o programa eu já cantava essa música, quem frequenta meus shows sabe disso, mas não saberia dizer o que determinou a identificação das pessoas. É tanta coisa. A letra é forte, diz muito sobre o Brasil.

Khrystal, existe o antes e o depois de sua participação no The Voice? Mudou alguma coisa após o programa, passou a se preocupar com detalhes que antes eram irrelevantes?
Acredito que essa coisa de ir se preocupando mais com o trabalho é natural, independente de qualquer coisa, mas depois do programa sinto que esperam mais de mim. Com isso aprendi a esperar mais dos outros também.

Não há dúvidas que a visibilidade na televisão projetou seu nome nacionalmente, mas e no RN: percebeu ampliação do seu público? Como o The Voice alcançou todas as camadas sociais, deu uma misturada?
Misturou muito sim. A TV ainda é um filtro grande: pra você “prestar” e até “existir” para alguns tem que aparecer por lá (na telinha). E também por entender isso, eu fui (participar). É curioso ver pessoas que antes sabiam de mim, mas não ligavam muito, hoje quando me encontram na rua não passam mais direto nem viram a cara: agora me param pra dizer que sou um orgulho pra elas.

Dentro dessa lógica, de primeiro chamar a atenção do país para depois colher os frutos no próprio Estado, ainda é correto afirmar que o artista potiguar precisa despontar fora para conquistar dentro?
Não é que seja correto, acho incorreto até; o valor de um artista não se mede por que ele aparece ou não na TV. Conheço muito artista “de gueto” que bota muita estrela da TV no bolso. Mas temos que entender que é assim, essa é a regra do jogo. Como bem disse Roberta Sá em uma entrevista recente comentando minha saída do The Voice: “a visibilidade é ótima, mas é apenas um programa de TV” e é mesmo! Acho ingênuo o artista que vai pra um programa desses achando que sua vida vai se transformar em outra coisa que não seja trabalho, trabalho, trabalho.

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