Brasília (AE) - Mesmo com a nova regra que reduz o rendimento das
cadernetas, o poder de atração da poupança continua forte. Dados
divulgados ontem pelo Banco Central mostram que em junho os depósitos
superaram os saques em R$ 5,11 bilhões, melhor desempenho para o mês
desde 2002 e o segundo maior desde a adoção do real. Nos seis primeiros
meses do ano, a poupança teve captação líquida positiva de R$ 14,85
bilhões, o melhor primeiro semestre desde 1994 e mais que o captado em
todo o ano passado.
Anunciadas no início de maio, as novas regras da poupança atrelam o
rendimento das contas ao juro básico da economia sempre que a Selic
estiver em 8,5% ao ano ou menos. Em 30 de maio, a taxa caiu exatamente
para esse patamar, o que acionou o gatilho. A partir de então, os novos
depósitos já pagam a remuneração composta de 70% da Selic somada à Taxa
Referencial (TR), o que corresponde a pouco mais de 0,48% ao mês.
Aplicações antigas recebem juro maior: 0,5% ao mês mais a TR.
Mesmo assim, investidores colocaram mais dinheiro na poupança. Na comparação com junho de 2011, houve aumento de 2.221%. Mas a base de comparação é muito fraca. Naquele mês, as cadernetas atraíram R$ 220 milhões.
Mesmo assim, investidores colocaram mais dinheiro na poupança. Na comparação com junho de 2011, houve aumento de 2.221%. Mas a base de comparação é muito fraca. Naquele mês, as cadernetas atraíram R$ 220 milhões.
"Havia muita expectativa pela mudança de regras e, quando a alteração
foi anunciada, aparentemente houve certo alívio de investidores que
temiam mudança mais radical", diz o professor de finanças da Fundação
Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi),
Mário Amigo. Segundo o BC, um depósito novo feito em 1º de junho rendeu
0,4828% no primeiro mês. Pela regra antiga, renderia exatos 0,50%. Em
uma caderneta com R$ 1.000, a diferença de juro no mês foi de R$ 0,17.
Economistas dizem que esse aparente alívio dos clientes com a mudança destravou recursos que estavam parados à espera do anúncio das novas regras. A maior parcela desse "destravamento", porém, foi registrada nos dias seguintes à divulgação das mudanças, já que a captação líquida alcançou R$ 6,26 bilhões em maio.
Economistas dizem que esse aparente alívio dos clientes com a mudança destravou recursos que estavam parados à espera do anúncio das novas regras. A maior parcela desse "destravamento", porém, foi registrada nos dias seguintes à divulgação das mudanças, já que a captação líquida alcançou R$ 6,26 bilhões em maio.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE
FOTO:JUNIOR SANTOS
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