Para quem esperava um banho de sangue, tão ao seu estilo, mais uma vez ele surpreende. Teria nos poupado de ver a linda Sharon outra vez assassinada.
Por que matar de novo a talentosa atriz, grávida de 8 meses, trucidada seguidamente por esses anos a fio?
Os massacres em série na sociedade americana deram cria bichos horripilantes que, mesmo de 7 cabeças, não são mais nenhuma novidade.
Transfere o cineasta a cena desnecessária e sua maldição para a casa dos vizinhos do bairro chique de Cielo Drive, com uma diferença impactante:
o bando de Manson, que chega de Ford Galaxie (réplica do carro do serial killer ) no meio da noite de terror, leva a pior e não consegue deixar o lugar com os próprios pés.
Em entrevista, Tarantino quando indagado sobre o por quê da mistura de realidade e ficção, saiu-se com palavras emprestadas ao cineasta John Milius no seu filme _Juiz da Forca_ : “As coisas não são como foram, mas como deveriam ter sido”.
[ 50 anos se passaram da tragédia. Hoje se pode dizer e sentir a aldeia global em que o mundo se transformou. Qualquer rincão, cercado ou não de serra, rio, ou mancha de mato, é parede-e-meia de toda parte da terra, Helsinque, Serra Leoa, Milão, Paris, New York, Cabrobó... Se a morte da atriz não chegou a tantos, um filme de mentirinha sobre sua morte na certa chegará. A capilaridade da notícia, o boato, o smartphone que o estilhaça, a comprovar a antecipação de McLuhan.]
*Napoleão de Paiva
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