O paciente tem uma infecção. Uma infecção grave. A medicação não faz efeito. Outro remédio. Nada. Um terceiro. Sem resultado. O paciente contraiu uma bactéria, vírus ou parasita resistente.
A situação acima, infelizmente, já é frequente e pode se tornar cada vez mais comum. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que no ano 2050, caso não sejam tomadas ações efetivas para controlar os avanços da resistência aos antimicrobianos, 10 milhões de pessoas irão morrer por ano por conta de infecções por microrganismos resistentes, uma a cada 3 segundos. Esse número superaria mortalidade relacionada ao câncer, atualmente com 8 milhões de óbitos por ano.
Hoje em dia, o número de pessoas que morrem em decorrência de infecções por cepas resistentes de bactérias causadoras de infecções comuns, ou que adquirem uma versão do vírus HIV, do bacilo da tuberculose ou do protozoário da malária que não reagem a medicamentos somam 700 mil por ano no mundo, conforme os dados compilados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em relatório com as diretrizes nacionais para o combate ao problema. Anualmente, somente de tuberculose resistente a múltiplos medicamentos morrem cerca de 200 mil pessoas todos os anos, e “possivelmente esses números são subestimados devido à fraca vigilância em muitos lugares do mundo”, aponta o texto.
“É assustador e alarmante” resumiu a microbiologista Ana Paula Carvalho Assef, pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em evento promovido sobre o tema em junho, no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz).
*Elisa Batalha - Revista RADIS nº203
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