Jornal de Hoje
Autor de 60 livros editados no Brasil e no exterior, entre eles o “Mosca Azul”, que faz uma análise dos primeiros anos do governo Lula, e “Batismo de Sangue”, sobre a ditadura militar e o qual lhe garantiu o Prêmio Jabuti em 1982, Frei Betto é amigo do ex-presidente Lula (PT) há mais de 30 anos e foi assessor especial durante seu mandato, quando coordenava o programa Fome Zero. Quando o projeto foi descontinuado, Frei Betto ficou desanimado e deixou o governo. “Hoje sou um feliz indivíduo não governamental”, diz ele. Combatente da ditadura militar e a favor da luta armada contra o regime, o dominicano ficou preso durante quatro anos, entre 1969 e 1973.
Na sua luta pela democracia, Frei Betto foi um dos maiores entusiastas da criação do PT. Espalhou Comunidades Eclesiais de Base por todo o País estimulando a participação política dos católicos. Hoje, está desiludido com o partido. Frei Betto recebeu a reportagem da ISTOÉ na sexta-feira 9, no Convento Santo Alberto Magno, em Perdizes, onde mora. Frade Dominicano e adepto da Teologia da Libertação, Frei Betto falou sobre o novo Ministério de Dilma e o classificou como “um coral desafinado”. Ele também fez uma análise dos 12 anos do governo do PT e relatou as suas decepções com o partido. “O PT tinha um projeto que se baseava em três pilares: ser o partido dos mais pobres, ser o partido da ética na política e ser o partido das reformas estruturais que conduziriam o Brasil a uma sociedade socialista. Os três pilares foram abandonados”, lamentou.
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