Vítima e seu marido consideraram a punição humilhante
Uma mulher se suicidou ateando fogo em si mesma no Estado de Bengala,
no leste da Índia, depois que um tribunal local condenou seu estuprador
a somente pedir perdão, informou nesta sexta-feira (4) a imprensa do
país asiático.
O episódio ocorreu no distrito de Malda, quando a mulher se
autoimolou na última quarta-feira (2) depois que se sentiu humilhada
pelo tribunal, relatou seu marido ao jornal Times of India.
Na segunda-feira passada (31), Nabin Mandal invadiu a casa da mulher, onde ela estava com seus três filhos, e a estuprou.
Seu marido ficou enfurecido depois que soube do ocorrido e atacou o
agressor, mas seus vizinhos o convenceram a deixar o caso a cargo de um
tribunal da cidade, que condenou o estuprador a somente pedir perdão.
Além disso, o tribunal advertiu que se o agressor voltasse a cometer
um estupro, teria que pagar uma multa à vítima, uma punição que tanto a
mulher como seu marido consideraram humilhante.
O ministro de Assuntos Sociais do Estado de Bengala, Sabitri Mitra, disse que espera que o agressor seja preso em breve.
Em janeiro deste ano, uma jovem foi estuprada por dez membros de um
tribunal local como castigo por ter mantido uma relação com um jovem de
outra comunidade tribal e não ter dinheiro para pagar a multa que lhe
foi imposta.
No dia 21 de março, um tribunal de Mumbai, no leste do país, condenou
quatro homens à prisão perpétua pelo estupro coletivo de uma operadora
de telemarketing de 18 anos em julho de 2013 no centro da cidade.
A sentença se baseou na reforma legal aprovada no país no ano passado
para endurecer as penas por agressões sexuais. A jovem não denunciou a
agressão até que, um mês depois, uma fotojornalista de 22 anos também
foi estuprada no mesmo local, um caso em que três dos quatro acusados
foram considerados culpados, mas que ainda esperam por suas sentenças.
Os episódios de agressão sexual reacenderam a indignação contra esse
tipo de crime na Índia, desde que, no final de 2012, uma estudante de 23
anos morreu após ser agredida de forma similar, junto com seu namorado,
em um ônibus de Nova Déli.
O caso gerou protestos e abriu um debate sem precedentes sobre a
situação da mulher na Índia, o que levou ao governo a endurecer as leis
contra os agressores sexuais, que incluiu a pena de morte para os casos
graves de estupro.
Fonte: EFE/Portal JH
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