Igor Jácome/Tribuna do Norte
O Governo do Estado não cogita, “por enquanto”, transformar a greve dos professores da rede estadual em disputa judicial, segundo afirma o procurador-geral do Estado, Miguel Josino Neto. Ontem (30), o Executivo confirmou a decisão anunciada no dia anterior, de que cortar o ponto dos grevistas. O desconto dos dias parados será aplicado na folha de fevereiro. Em contrapartida, a coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte/RN), Fátima Cardoso, afirma que a greve deve se manter e que a categoria vai preparar ação contra o Governo por improbidade administrativa, caso o corte se confirme.
Os números de adesão apontados pelos dois lados divergem: enquanto o Sinte-RN anuncia paralisação de 85% dos professores em todo o Estado, a Secretaria Estadual de Educação não chegou a divulgar percentual de professores que aderiam à greve e apontou, com base em informações das Diretorias Regionais de Educação (Direds), que 66% das escolas da capital funcionam plenamente, contra 34%, que estariam fechadas parcial (26%) ou completamente (8%).
Ainda de acordo com a Seec, a adesão no interior é praticamente zero. A Secretaria divulgou imagens de várias escolas nos municípios de Mossoró e Pau dos Ferros, onde as aulas estão acontecendo normalmente.
Por telefone, o procurador geral explicou que o Estado está cortando o ponto dos grevistas com base em “várias decisões” do Supremo Tribunal Federal. “Não trabalhou, não ganhou”, disse, acrescentando que “o Governo respeita o direito de greve”. O Sinte também cita decisões do STF para manter sua posição de greve. “O corte é um desrespeito. Em várias decisões do STF, foi decidido que o salário é verba alimentícia e a greve não pode se constituir num motivo para esse corte”, afirma Fátima Cardoso. Nenhum dos dois, no entanto, apontou que decisões seriam essas.
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