BRASÍLIA - A Polícia Federal prendeu neste sábado, 18, em Estreito
(MA), o suplente de deputado federal Ernesto Vieira Carvalho Neto,
suspeito de integrar uma quadrilha que teria desviado R$ 73 milhões da
Mega Sena, jogo de loteria da Caixa Econômica Federal. Uma operação
contra o suposto esquema foi deflagrada pela Polícia Federal.
O
banco relatou à PF que se trata da maior fraude já sofrida em toda sua
história.O dinheiro do "falso prêmio" foi depositado em uma conta
bancária aberta no fim do ano passado em Tocantinópolis (TO) no nome de
uma pessoa fictícia. Em seguida, o dinheiro foi transferido para
diversas contas.
Ernesto Vieira Carvalho Neto disputou a
vaga de deputado em 2010 pelo PMDB do Maranhão na chapa da governadora
Roseana Sarney (PMDB).
Segundo os investigadores relataram
ao Estado, ele teria comprado um avião com o dinheiro desviado da Caixa e
teria a intenção de usá-lo numa fuga. A PF não informou os nomes de
nenhum dos envolvidos.
Conforme relatos, houve perseguição
em alguns locais com pistas falsas sobre o paradeiro dos envolvidos. A
Justiça também autorizou o cumprimento de dez mandados de busca e
apreensão e um mandado de condução coercitiva (quando a pessoa é levada a
prestar depoimento e liberada em seguida) nos Estados de Goiás,
Maranhão e São Paulo.
Já foram recuperados 70% dos valores
desviados, informou a PF. O gerente da agência onde a conta foi aberta
está preso antes da operação batizada de Éskhara (que significa crosta
deferida, casca) ser deflagrada. A PF não informou se ele colaborou com a
investigação.
Os envolvidos responderão pelos crimes de
peculato, receptação majorada, formação de quadrilha e lavagem de
dinheiro, cujas penas somadas podem chegar a 29 anos de prisão.
A
PF informou que as investigações prosseguem porque há a possibilidade
de existirem outros fraudadores. O Estado apurou que a PF, que trabalhou
em parceria com o Ministério Público do Tocantins, não tinha a intenção
de deflagrar a operação já neste sábado, mas antecipou pra evitar
vazamento de informação.
A Caixa divulgou nota na qual
informa que foi o banco quem comunicou à PF sobre a fraude. "Em relação à
operação Éskhara da Polícia Federal, a Caixa Econômica Federal informa
que acionou a polícia logo que constatou a fraude. O banco continua
acompanhando o caso e está à disposição da PF para colaborar com as
investigações."
A operação da PF ocorre no momento em que a
Caixa tenta abafar uma crise após a revelação pela revista IstoÉ de que
se apropriou de R$ 719 milhões de saldos de contas bancárias de
clientes que foram encerradas por iniciativa do banco.
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