O período de novembro, dezembro e janeiro, que
compreende a chamada pré-estação chuvosa, deve ser de poucas precipitações para
o Rio Grande do Norte e o Nordeste como um todo. A previsão em consenso, feita
pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet) e Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos
Hídricos (Funceme), aponta que nesses três meses, há pelo menos 40% de chance
de ficar abaixo do normal. Já os meteorologistas potiguares, apesar de confirmarem
a tendência, preferem esperar até dezembro para darem mais certeza sobre o
comportamento climático nordestino.
Marcos Dantas
A forte chuva que
caiu na semana passada no Rio Grande do Norte não serve de parâmetro para
previsão dos próximos meses
A prova da instabilidade é que na semana passada, o interior potiguar foi atingido por fortes precipitações, chovendo até granizo no Seridó, mas não foram suficientes para abastecer os reservatórios, que ainda estão sob riscos de colapso. Esse comportamento instável do clima faz com que os estudiosos locais mantenham a cautela, apesar de indicar que 2014 pode ser um ano bom para o sertão.
BOLETIM
De encontro a isso, CPTEC, Inmet e Funceme lançaram um boletim afirmando que a ocorrência de precipitações tem 40% de probabilidade de ficar abaixo da considerada normal para cada cidade. As chances são de 35% para que as chuvas permaneçam dentro da média e de 25% para que excedam a normalidade.
O meteorologista Alexandre Santos, que trabalha na Sala de Situação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), explica que os indícios realmente apontam para uma baixa intensidade de chuvas pelos próximos meses, como aponta o boletim dos três órgãos climatológicos. Segundo ele, quem diz se vai chover ou não no semiárido nordestino é, basicamente, a temperatura dos oceanos.
No momento, o Pacífico está com as suas águas mais frias do que o esperado, o que os estudiosos chamam de “anomalia negativa”. Isso porque está acontecendo o conhecido fenômeno “La Niña”, que provoca precipitações no Nordeste e seca no Sul e Sudeste brasileiros. Baseado nesse dado, daria para dizer que não só a pré-estação chuvosa quanto o ano de 2014 seria de chuvas no sertão.
Porém, também há a dependência do Oceano Atlântico para definir se chove ou não no país. E o panorama, no momento, não é nada bom para os sertanejos nordestinos. O lado norte do oceano está com a temperatura acima do normal, enquanto o lado sul se mantém na média, como observam os meteorologistas. Esse quadro mantém as chuvas longe do semiárido.
Já é praticamente garantido que novembro não chove. Por isso o meteorologista usa como base os próximos quatro meses. “Com esse padrão ainda não é possível fazer uma previsão confiável para a quadra chuvosa (dezembro a março) do semiárido nordestino. Vamos ter cautela e esperar até dezembro para dar uma certeza maior”, afirma .
TN/Sertão Potiguar
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