O procurador Regional da República Maurício
Gotardo Gerum, afirmou hoje (24) no julgamento do recurso do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva na 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF4) que o ex-chefe do Executivo se corrompeu e que a defesa não conseguiu
apresentar qualquer elemento probatório consistente que afastasse a acusação
dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. “Lamentavelmente, Lula
se corrompeu”, resumiu.
Gerum também questionou a atuação do
ex-presidente da empreiteira da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, ao mostrar
a Lula o apartamento triplex no Condomínio Solaris, no Guarujá, em São Paulo.
“Causa estranheza que o presidente da empreiteira faça as vezes de mestre de
cerimônia ou corretor de imóveis ao apresentar o imóvel a um ex-presidente e a
sua família”.
Ele também questionou o que chamou de “cultura retrógrada”, ao
comentar a relação entre o mundo empresarial e o mundo político. “Essa relação
entre o mundo político e empresarial se mostra como uma intimidade
absolutamente artificial baseada apenas no toma lá da cá”.
Na sustentação, o procurador acusou o petista de ser o
verdadeiro dono do triplex. E rebateu a tese da defesa de que Lula não atuava
na indicação de diretores da Petrobras. “Era evidente e transparece nos autos a
atuação de Lula na indicação de diretores da Petrobras”, afirmou. Disse também
que, ao assumirem os cargos, os diretores da estatal assumiam, o que chamou de,
“cláusula de corrupção”.
A apelação da defesa de Lula é contra a condenação a 9 anos e 6
meses de prisão no caso do triplex do Guarujá – aplicada pelo juiz Sérgio Moro,
responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância da
Justiça Federal, em Curitiba.
*Agência Brasil
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