sábado, 6 de janeiro de 2018

CONFLITO: GOVERNADOR DECRETA CALAMIDADE NA SEGURANÇA

O governador Robinson Faria decretou estado de calamidade no sistema de segurança pública do Rio Grande do Norte. Assim, o governo pretende legitimar a adoção e execução de medidas emergenciais que forem necessárias para a volta da normalidade de seu funcionamento.
O decreto foi publicado neste sábado no Diário Oficial do Estado, passando a valer a partir de hoje, pelo prazo de seis meses.
Com esse instrumento, podem ser requisitados ou contratados, em caráter emergencial, quaisquer serviços e bens disponíveis, públicos ou privados, com vistas ao restabelecimento da normalidade no atendimento aos serviços de segurança pública.
Para a emissão do decreto, foram consideradas a indisponibilidade e insuficiência dos agentes de segurança pública em razão da paralisação das atividades dos policiais militares e civis, “acarretando insegurança e transtornos à população do Estado”.
Além disso, foi citado o aumento dos índices de de violência decorrente da greve dos agentes de segurança, em curso desde o dia 19 de dezembro.
A greve é considerada ilegal pela Justiça e duas ordens judiciais mandando os agentes de segurança voltarem ao trabalho foram descumpridas. Nesta sexta (5), os policiais militares decidiram manter a paralisação. Eles exigem, para voltarem ao serviço, além do pagamento salarial, melhorias nos equipamentos de proteção e viaturas.
Segue o decreto na íntegra:
DECRETO Nº 27.675, DE 05 DE JANEIRO DE 2018.
Declara estado de calamidade no Sistema de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Norte, para o fim de legitimar a adoção e execução de medidas emergenciais que se mostrarem necessárias ao restabelecimento do seu normal funcionamento.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, no uso da competência que lhe confere o art. 64, V e XXI, da Constituição Estadual,
Considerando o Relatório de Situação, subscrito pela Secretária de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social, em 5 de janeiro de 2018;
Considerando a indisponibilidade e insuficiência dos agentes de segurança pública em razão da paralisação das atividades dos policiais militares e civis, acarretando insegurança e transtornos à população do Estado;
Considerando o aumento dos índices de violência decorrente da paralisação das atividades dos policiais militares e civis, consoante os dados expedidos pela Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social;
Considerando a urgência de atendimento de situação de calamidade, para evitar prejuízo ou comprometimento da segurança de pessoas, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares;
Considerando a necessidade de adoção de medidas emergenciais, imprescindíveis à manutenção da normalidade, assegurando à população os direitos sociais constitucionalmente previstos,
D E C R E T A:
Art. 1º  Fica declarada situação de calamidade no Sistema de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Norte.
Parágrafo único.  Enquanto perdurar a situação declarada no caput deste artigo, ficam disponíveis para atendimento aos serviços necessários do sistema de segurança pública todos os bens, serviços e servidores da Administração Pública Direta ou Indireta.
Art. 2º  Ficam as autoridades administrativas responsáveis pelo controle operacional e administrativo dos órgãos estaduais de segurança pública, no âmbito de suas competências, autorizadas a:
I – requisitar ou contratar, em caráter emergencial, quaisquer serviços e bens disponíveis, públicos ou privados, com vistas ao reestabelecimento da normalidade no atendimento aos serviços de segurança pública, conforme dispõe o art. 24, IV, da Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993;
II – editar atos administrativos complementares e necessários à fiel execução deste Decreto.
Art. 3º  A vigência deste Decreto será de 180 (cento e oitenta) dias contados da data de sua publicação.
Art. 4º  Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal/RN, 05 de janeiro de 2018, 197º da Independência e 130º da República.
ROBINSON FARIA

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