O gerente de Meteorologia
da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), Gilmar
Bistrot, analisando as condições meteorológicas, com as chuvas e o vento forte
que estão ocorrendo em parte do Nordeste, prevê a permanência do fenômeno La
Ninã, até meados de 2018. Nas análises das imagens dos satélites
meteorológicos, destaca que “no monitoramento das Oscilações 30-60 dias (onda
planetária que circula o planeta na faixa equatorial de oeste para leste
causando instabilidades na fase positiva), mostra que possivelmente em meados
de dezembro essa oscilação estará com sua fase positiva sobre o nordeste
brasileiro e com isso aumentando as condições de ocorrência de chuvas mais
significativas”.
Acrescenta o meteorologista
que a ocorrência de chuva no Nordeste no período de fevereiro a maio, depende
de vários fatores, entre eles as condições dos oceanos Pacífico e Atlântico e a
Atividade Solar. “Hoje, analisando as condições atuais temos o Oceano Pacífico,
a previsão é de ser favorável em 2018. No caso da atividade solar, a previsão é
de diminuição (a relação é que quando aumenta a atividade solar, diminui a
ocorrência de chuva na região e quando diminui a atividade solar, aumenta a
ocorrência de chuvas, exemplo anos de 2008 e 2009, último período de mínimo da
atividade solar), assim é mais uma variável que estará favorável em 2018.
Somente ainda estamos analisando as condições termodinâmicas do Oceano
Atlântico, que por ser um oceano menor ainda não é possível determinar como
será o seu comportamento em 2018”.
Segundo Gilmar Bristot, o
mês de outubro de 2017 tem apresentado uma característica climática diferente
dos últimos anos com relação as condições de chuva e temperatura principalmente
na região litorânea. A presença de águas mais frias do que o normal ao longo da
faixa equatorial do oceano Pacífico (Fenômeno Lá Niña), tem influenciado na
manutenção de ventos mais forte do que o normal, maior concentração de umidade
e consequentemente mais ocorrência de chuvas causadas pelo sistema de brisa
sobre o litoral nordestino e temperaturas próximo da normalidade.
No interior do Estado, em
algumas áreas isoladas do Alto Oeste, Chapada do Apodi, Seridó e Agreste,
também ocorrem pancadas de chuvas ocasionadas por Sistemas Meteorológicos
Transientes como restos de Frentes Frias e circulação do ar em altos níveis da
Atmosfera. A previsão é de permanência do fenômeno pelo até meados de 2018, o
que indica que não teremos formação de bloqueios ocasionados pelo comportamento
do Oceano Pacífico no período chuvoso de 2018, facilitando assim o deslocamento
da Zona de Convergência Intertropical (sistema meteorológico que causa as
Chuvas na Região Nordeste no período de fevereiro a maio) para próximo do
Nordeste Brasileiro nos meses de fevereiro a maio de 2018. Também, nesses
próximos meses novembro, dezembro e janeiro de 2018, poderão ocorrer chuvas
decorrentes da atuação de Vórtices Ciclônicos de Ar Superior ( VCANS), mas como
são de baixa previsibilidade não é possível prever o período e a intensidade
que deverão ocorrer.
*AgoraRN/Diário do Sertão
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