O
ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF),
decidiu autorizar o retorno do senador Aécio Neves (PSDB-MG)
ao exercício do mandato parlamentar. Ao tomar a decisão, Mello também recusou
um recurso da Procuradoria-Geral
da República (PGR), que pedia que o tucano
fosse preso preventivamente e permitiu que ele recupere seu passaporte,
podendo, se quiser, viajar para o exterior.
Aécio foi
denunciado ao STF por corrupção e obstrução de Justiça, com base nas delações
premiadas de executivos do grupo JBS.
O magistrado atendeu a um agravo regimental, um recurso que contestava
uma decisão do relator anterior da ação, o ministro Edson Fachin.
Em 18 de maio, recusando um primeiro pedido do procurador-geral Rodrigo Janot
para que o tucano fosse preso, Fachin determinou que, como alternativa, ele
ficasse afastado de suas funções parlamentares.
A decisão
do ministro determinava ainda que Aécio estivesse impedido de frequentar o
Senado e exercer o mandato no plenário e em comissões.
Marco Aurélio Mello também
anotou que deve ser notificado o presidente da Casa, Eunício Oliveira
(PMDB-CE), para as devidas providências.
No dia do
seu afastamento, Aécio viu serem presos, no âmbito da Operação Patmos, a sua
irmã, Andrea Neves, e o primo Frederico Pacheco, além de Mendherson Souza Lima,
assessor do aliado Zezé Perrella (PMDB-MG). Na semana passada, o STF autorizou
a ida de Andrea Neves para a prisão domiciliar.
Para
Mello, a decisão anterior de Fachin ameaçava a independência dos poderes. “O
Judiciário não pode substituir-se ao Legislativo, muito menos em ato de força a
conflitar com a harmonia e a independência dos poderes”, escreveu na
deliberação desta sexta-feira. O ministro também autorizou que o senador possa
entrar em contato com os demais investigados no processo. No entanto, continua
impedida a relação com a irmã, porque é precondição de sua prisão domiciliar
que esse contato seja evitado.
*Veja.com
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