sexta-feira, 2 de outubro de 2015

"VAMOS ENTERRAR A POLÍCIA CIVIL", ESCREVE ESCRIVÃO EM PROTESTO CONTRA SENTENÇA

BARRIGUDA NEWS/MOSSORÓ HOJE - O escrivão de Policia Civil Marcílio Laurentino escreveu um artigo destacando que a Polícia Civil já trabalha desmotivada e com a condenação dos cinco policiais civis (foto acima) da operação que terminou com a morte do prefeito João Dehon e do motorista Marcio Sander, deixando ainda um contador ferido a tiros, sugere enterrar a Polícia Civil de vez.
Segue na íntegra
VAMOS ENTERRAR A POLÍCIA
Venho a público convidar toda a sociedade para a cerimônia de velório da Polícia Civil do Rio Grande do Norte, nesta data estão sendo sepultadas as vocações de centenas de servidores que entraram com o propósito único de servir à sociedade e defender o bem do mal.
Como policial civil há 14 anos, tendo trabalhado nas investigações da quadrilha de Eduardo Chupeta, onde presenciei toda a equipe da DEPROV exausta, cansados, chegando para trabalhar no dia seguinte com o aspecto surrado, depois de madrugadas acordados, pessoas que deram o sangue pela instituição e pela sociedade, e que diante de um erro foram comidas pelos “urubus” da “justiça”.
Homens honrados, pais de família, que sempre agiram no cumprimento do dever legal, obedecendo as ordens que vinham das autoridades superiores, como o Secretário de Segurança à época Glauberto, promotor de justiça da Paraíba, que depois da morte do prefeito de grossos durante a violação de uma barreira policial, voltou para seu habitat como se nada tivesse ocorrido, não sabe ele que fui testemunha da incessante cobrança que os policiais tinham da cúpula da Secretaria e da Delegacia Geral, pois estavam roubando os veículos dos “poderosos”, deputados, juízes, promotores, entre outros.
Sai da DEPROV três dias antes do fato, poderia muito bem está sentado naquele banco, mas ontem me senti como lá estivesse, sendo devorado pelos “urubus” de preto, com perguntas totalmente à parte de quem vive e convive com o perigo, promotores e advogados que vivem em um mundo virtual, julgando quem vive no mundo real, pude perceber a vaidade da promotoria, que estava querendo mais fazer o seu show e alcançar o seu fim, acabar com a vida dos policiais, quiçá da polícia civil, à fazer justiça.
A sentença serviu de reflexão para todos os policiais que deram seu sangue pela polícia, de que NÃO VALE À PENA SER POLÍCIA NO BRASIL, se um médico esquece uma tesoura dentro de um paciente e causa sua morte, responde por homicídio culposo, se furam uma barreira policial e fogem em disparada, no momento exato em que se esperava uma quadrilha altamente perigosa, e os policiais diante de barulhos de tiros, com a adrenalina à mil atiram contra a ameaça, são condenados a 17 anos e seis meses por homicídio duplamente qualificado e perdem sua função, ao contrário de países de vergonha como nos EUA, que os policiais estão no estrito cumprimento do dever legal, aqui a promotoria, a sociedade injusta e os leigos jurados não sabem disso, quando a polícia erra, todos caem em cima dela, inclusive a imprensa medíocre que gosta de sensacionalizar.
A partir de hoje a polícia civil pra mim será um cabide de emprego, vou fazer o meu feijão com arroz, ser um puro burocrata, e se alguém precisar de ajuda esqueçam que sou policial e procurem o Ministério Público que tomou o espaço e conseguiu o seu fim almejado, acabar com a já sofrida e arruinada polícia civil.
Aos colegas desejo que essa absurda sentença seja revista e que não venham a cumprir pena em presídios, deixando suas famílias desamparadas e saiam da cadeia desempregados por terem escolhido uma profissão onde qualquer traficante, ladrão e estuprador tem mais valor que um homem que defende a sociedade, que abandona seu lar em uma véspera de São João para prender criminosos, enquanto os que lhes julgaram se diverte. ISTO É BRASIL, AQUI A POLÍCIA ESTÁ PRESA E O BANDIDO SOLTO, GRAÇAS À INEFICÁCIA DA JUSTIÇA QUE SÓ SABE CONDENAR, SEM SEQUER INDIVIDUALIZAR A CONDUTA DE CADA AGENTE, DANDO UMA ÚNICA PENA PARA TODOS, INCLUSIVE PARA QUEM NÃO ATIROU EM DIREÇÃO AO VEÍCULO.

Marcílio Laurentino
Escrivão da Policial Civil desmotivado

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