No dia 28 de fevereiro de 2007, atendendo a um chamado de Dom. Mariano, assumi a paróquia de Nossa Senhora da Conceição. A partir desse dia, assumi perante Deus, Dom.
Mariano e o povo alexandrienses uma nova missão em minha vida.
Lembro que na minha primeira fala à frente da Paróquia de Alexandria foi
na verdade uma convocação para caminharmos juntos, de mão dadas, rumo à
construção do Reino entre nós. Nunca quis ir na frente nem atrás de
ninguém. Sempre procurei caminhar no meio de todos. Foi isso que sempre
procurei fazer.
No dia 30 de outubro de 2016 mais um ciclo concluía-se em minha
trajetória. Este foi o dia que me afastei da Paróquia de Nossa Senhora
da Conceição, para resolver algumas questões pessoais e a entreguei ao
novo administrador, deste então não havia ainda me pronunciado. E agora
acho necessário, fundamental e de extrema importância um esclarecimento
em respeito aos quase dez anos que estive a frente da Paróquia de Nossa
Senhora da Conceição e ao povo alexandriense.
Durante esse período, muitas foram às provações, dificuldades e perdas
em minha vida, mas tudo isso não foram suficiente para atrapalhar ou
desmotivar as minhas intenções administrativas e espirituais. Ainda nos
primeiros anos de minha administração, recebi um comunicado da Diocese
de Mossoró, no qual a paróquia deveria demitir quatro funcionários que a
época desenvolviam algumas funções como: Vigilância, Limpeza, Serviços
Gerais e Domestica. Funcionários com até 16 anos de trabalho.
E atendendo a essa determinação, o fiz. A somatória financeira de todos
chegava a uma quantia exorbitante, e pedi aos advogados da diocese para
que eu fizesse da minha maneira. Procurei os quatro e juntos analisamos
todas as situações, mantivemos um dialogo franco e por fim chegamos a um
acordo positivo para ambas as partes. Sendo pago os direitos de todos.
Diante de toda essa situação e algumas outras que se encontrava a
paróquia, nunca, em momento algum me aproveitei das circunstancias para
difamar, prejudicar ou caluniar Padre João, ao contrário, estreitamos os
laços e sempre que possível atendendo aos meus convites o mesmo estava
aqui, entre nós.
Sempre coloquei a Paróquia à disposição dele. Resolvi a
questão, a paróquia pagou a todos, sem a necessidade de empréstimos ou
afins. Tudo foi uma questão de DIALOGO E ADMINISTRAÇÃO.
Talvez, nem
todos tenham conhecimento dessa questão, pelo tratamento que eu o dei,
minha preocupação era resolver e não midiatizar. Volto a dizer em nenhum
momento culpei padre João, os mesmos eram funcionários da paroquia e
não dele.
Mesmo com alguns apertos e ajustes que foram necessários, a Paróquia
venceu sem que tenha havido retrocesso, ao contrario, junto a toda
comunidade alexandriense, conseguimos fazer um trabalho revolucionário
em nossa comunidade. Varias foram às aquisições estruturais e expansão
da parte espiritual, pastoral, social e evangelizadora em nossa
paróquia.
Confesso que algumas situações nesses últimos quatro meses, me deixaram
triste, me proporcionando fazer uma reflexão do que é ser de fato
igreja. É como se os quase dez anos que me dediquei, e que juntos
trabalhamos em nossa paróquia foram esquecidos ou apenas de erros. Tenho
a humildade de falar em erros, pois como ser humano que sou, sei que
sou passível a errar, e aqui aproveito para pedir perdão por algum erro
que eu tenha cometido durante esse período.
Porém para que fique bem claro a todos, que através das redes sociais me
criticam sem conhecimento de causa, que no momento das demissões sugeri
ao administrador paroquial atual para que chamassem os demitidos para
fazer um acordo, tendo os próprios demitidos, sugerido a resolução do
caso por meio de um acordo sem que necessitasse o víeis da justiça, para
que a paróquia não fosse prejudicada com o processo.
DIGO, AFIRMO e
PROVO o que estou falando, tenho áudios do momento das demissões que
comprovam o que estou afirmando. E ainda não postei junto com essa nota,
pois consultarei a justiça se o posso fazer. Mas estão disponíveis para
quem desejar. Não sei por qual motivo preferiram o caminho mais difícil
para resolver tal questão, pois os próprios demitidos preferiam um
acordo dessa forma. Portanto, não me atribuam a culpa de algo que não
tenho.
Quando em Alexandria cheguei, me situei de como caminhava a nossa
igreja, fiz algumas adaptações que julguei necessárias, acrescentei mais
uma missa aos domingos na Igreja Matriz, passando a celebrar as 7:00 e
as 19:00, as comunidades de João Dias e Pilões que antes só tinham
celebração da Santa Missa uma vez por mês, passaram a ter todos os
domingos, fixei um calendário de missas em todas as capelas da zona
urbana de Alexandria, sempre estive disponível para celebrar em todas as
comunidades fossem elas na zona rural ou urbana de Alexandria, João
Dias e Pilões, nas grutas, casas, instituições, enfim sempre atendendo a
todos que me procuravam, chegando a celebrar até cinco missas em um
mesmo dia para atender a demanda.
Nunca me neguei em celebrar. Podia ser na matriz, capelas das
comunidades, casas, ruas, ou até mesmo no pé da serra. E quando as
pessoas me perguntavam “Padre, quanto o senhor cobra?” eu sempre
respondia que NADA! Pois celebração da Santa Eucaristia não tem preço!
Digo isso e desafio alguém que tenha me procurado e a resposta não tenha
sido essa.
Farei um breve relato de algumas das nossas formas de evangelização que
desenvolvemos em nossa paroquia, a época que estive em sua direção e
toda Alexandria é testemunha:
Dei liberdade a todas as pastorais, sem
que fosse necessário a minha interferência ou restrição para o bom
caminhar de todas, saímos das quatro paredes dos templos e fomos de
encontro às pessoas, nas nossas visitas missionárias, visitas aos
doentes, às grandiosas celebrações como a realização do Alexandria para
cristo tendo em suas edições a participação de milhares de fieis, os
grandes encontros das comunidades que vivenciamos em todos os setores da
nossa paróquia, a celebração dos 75 anos de fundação da Paróquia de
Alexandria que se não foi a maior festa já realizada na cidade, foi uma
das maiores, tendo o publico estimado pela policia militar em mais de
dez mil participantes, sem contar as festas da Padroeira que a cada ano
uma superava a outra em espiritualidade, participação e doação, as
procissões eram uma das maiores da região, enfim as pessoas aguardavam
ansiosamente o ano todo para vivenciarem esse momento forte em nossa
comunidade. Crismamos turmas que passavam de cem pessoas. Quem não se
sentia no céu, ao ouvir o coral que junto a Antônio idealizamos? Com a
participação e disponibilidade dos que se dispusera a compor,
concretizamos mais esse sonho.
As pessoas que me procuravam na casa paroquial em seus piores momentos,
alguns necessitando de ajuda para tratamentos de saúde, outros para que
pudessem ter algo para comer, outros para comprar medicamento, sempre
ajudamos, porque igreja também é isso, é partilha, é caridade, é
misericórdia. E nunca, repito nunca expus esses atos para ganhar fama.
Quem já procurou ajuda na casa paroquial ou na secretaria paroquial sabe
do que estou dizendo, e são testemunhas vivas.
Em todas as minhas falas nas reuniões, nas celebrações, nos diálogos que
mantínhamos enquanto igreja, sempre externei que a minha estadia em
Alexandria seria passageira e que as pastorais e a comunidade católica
da nossa paróquia deveria estar preparada para uma nova realidade.
Pensando assim, sempre me preocupei em preparar as coisas e as pessoas
para o bom caminhar da nossa igreja, e atendendo a um pedido meu,
Ricardo se disponibilizou a ensinar um grupo de jovens a tocar teclado,
para posteriormente com a nossa saída, os mesmos pudessem assumir a
função de evangelizar através da musica, tendo o atual tecladista sido
fruto desse trabalho.
A minha preocupação sempre foi deixar uma paróquia, estruturada,
organizada, e que pudessem continuar caminhando quando em Alexandria eu
não estivesse mais. Pensando assim, junto a toda comunidade católica
conseguimos estruturar a nossa paróquia, para que pudéssemos caminhar
independentemente.
Conseguimos adquirir um palco, um som externo para realização de eventos
da nossa paróquia, orçado em mais de cem mil reais, trocamos toda rede
elétrica da matriz e da casa paroquial, investimos em um novo sistema de
som interno para celebração das missas em nossa matriz, reformamos o
altar da mesma, colocamos mais ventiladores, sem contar com as
constantes manutenções que mantínhamos para que a nossa matriz sempre
estivesse bonita, a compra de duas barracas para dar suporte em nossos
eventos, um andaime com mais de 40 peças para manutenção da paróquia, a
compra de um carro S-10 com carroceria, para que não precisássemos estar
incomodando as pessoas quando necessitávamos transportar grandes
objetos.
A Paroquia dispõe ainda de um som portátil para as nas comunidades, vários equipamentos de iluminação, um gerador, dois
teclados, um sistema de câmeras que dá suporte nas transmissões ao vivo e
ao mesmo tempo da toda segurança a nossa matriz, um investimento de
mais de dez mil reais, a concretização do sonho de se ter uma replica da
imagem de Nossa Senhora da Conceição, sem contar com uma secretaria
paroquial modelo quer por ultimo conseguimos construir, fruto de muito
trabalho, junto à boa vontade de muitos que sempre colaboram com a
paróquia da imaculada.
Faço esse relato, não para me promover, mas para mostrar o que julgo ter
sido esquecido por alguns. Volto a dizer, a minha intenção sempre foi
preparar a nossa paróquia para que pudesse caminhar de forma
independente, assim como, consegui fazer em Umarizal, que mesmo depois
de dez anos da minha saída continua com toda estrutura necessária que na
época conseguimos.
Aos que hoje me julgam, chegando até a me condenar, afirmo que se alguma
vez errei, foi tentando acertar. Tenho a convicção que para alguns toda
a minha dedicação foi em vão, mas sei da importância do trabalho que
desenvolvi, e que a minha marca ficou. Que tenho por Alexandria, e pelos
alexandrienses uma enorme admiração, carinho e respeito. Tenho a terra
da barriguda em meu coração, nas minhas lembranças e nas minhas orações.
Peço à imaculada que interceda ao seu filho, que abençoe essa Paróquia e
a todos que nela moram. Peço a todos que rezem por mim!
Um Forte e afetuoso abraço a todos.
Pe. Antônio Araújo de Oliveira Neto
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