AGÊNCIA BRASIL - O ministro do Planejamento, Romero Jucá
(PMDB), disse agora que vai se licenciar do cargo a partir de amanhã (24) até o
Ministério Público Federal se manifestar sobre as denúncias contra ele.
"Vamos aguardar a manifestação do Ministério Público com
toda a tranquilidade, porque estou consciente que não cometi nenhuma
irregularidade e muito menos qualquer ato contra a apuração da Lava Jato,
apoiei a Lava Jato", disse em entrevista no Congresso Nacional, após o
presidente interino Michel Temer entregar a proposta de meta fiscal revisada.
"Enquanto o MP não se manifestar, aguardo fora do ministério. Depois
disso, caberá ao presidente Temer me reconvidar ou não, ele vai discutir o que
vai fazer", afirmou.
O jornal Folha de S.Paulo publicou reportagem hoje (23) que diz
que em conversas, gravadas em março, o atual ministro do Planejamento, Romero
Jucá, sugeriu ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado um pacto para
impedir o avanço da Operação Lava Jato sobre o PMDB, partido do ministro.
Jucá disse que vai protocolar hoje um pedido na
Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o órgão avalie se há alguma
ilegalidade na gravação que comprometa a permanência dele no ministério. No
período da licença, Jucá reassumirá o mandato de senador e permanecerá na
presidência do PMDB. O Ministério do Planejamento ficará sob comando do
secretário-executivo Dyogo de Oliveira.
Romero Jucá disse que a decisão de se licenciar foi pessoal.
Segundo ele, o presidente interino Michel Temer deu um voto de confiança, mas
preferiu se licenciar para não ser usado "como massa de manobra".
Entrevista
Mais cedo, o ministro do Planejamento, Romero Jucá, negou que
tenha tentado obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Jucá disse ainda
que não iria pedir afastamento do cargo. O ministro afirmou que não teme ser
investigado.
“Nunca cometi e nem cometerei qualquer ato para dificultar
qualquer operação, seja Lava Jato, ou qualquer outra”, disse Jucá, em
entrevista coletiva à imprensa. “Da minha parte, sempre defendi e explicitei e
apoiei com atos a Operação Lava Jato. A política terá uma outra história depois
da Operação Lava Jato”.
De acordo com a reportagem, em um dos trechos da gravação Jucá
disse que “tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria”.
Ao ser questionado sobre o trecho, Jucá disse que estava se
referindo ao cenário da economia do país, e não a uma paralisação da Lava Jato.
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