Paranoias
do “amor”...
Era uma noite fria, por
volta das 24 horas e “alguma coisa”, estava eu, sentado no quarto sem sono,
exausto do linguajar técnico do Direito. Resolvi navegar nesse negócio que
chamamos de internet, aqui nos conectamos com o mundo através da telinha de um
PC.
Entre um e outro
pensamento noturno , comecei a refletir sobre o que se passa na cabeça das
pessoas sobre esse tal sentimento que chamamos de amor.
Tolice minha querer entender a mente humana,
mas... Resolvi pesquisar algumas frases sobre nicks de Msn’s, twitter’s, facebook’s e orkuts... É isso mesmo,
sobre estas redes sociais que quase todo mundo usa.
Fiquei perplexo com
algumas coisas que li, que venho lendo, se bem que já não era muita novidade, a
grande maioria das frases usadas pelas pessoas nestas redes, são de
“desilusões” amorosas, reclamando do tempo perdido achando amar alguém, das “paranoias”
dos amores nunca existentes, eram indiretas para “amores” passados, das tormentas
e das cicatrizes que fingem as partes fingem estarem curadas, mas que insistentemente
permanecem cravadas na lembrança, na
alma e nos momentos de solidão.
Essas pessoas parecem
tentar fugir de seus próprios anseios e procuram novos horizontes que dêem
outro sentido a suas dilaceradas e “míseras” vidas.
Era tanto “moído”, tanto morde e assopra, isso
me fez refletir sobre tamanho mistério. Será que o amor existe mesmo (eu ficava
pensando)? Se existe e na minha mente idealizei ser uma “coisa” boa, porque o
ser humano esta sempre nesse “ai, ai, ai”...?
As letras de muitas
canções conhecidas e ouvidas sempre falam de relacionamentos acabados que
deixaram cicatrizes imortais no mais profundo e íntimo da alma. Existem frases
chamativas que realmente nos levam a reflexão, as letras do Cazuza, por
exemplo, é uma agonia arrepiante... Certa feita ele “berrou”;“ O
amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma
pureza que está sempre se pondo, indo embora (...)Sorte é se abandonar e
aceitar essa vaga idéia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como as
borboletas que só vivem 24 horas” .
É bem verdade que o Cazuza
viveu uma depressão eterna, e qualquer um no seu lugar e com sua perturbadora
inteligência escreveria isso (simples né?), foi apenas um pequeno burguês revoltado
com o sistema que o privilegiava, com certeza escreveu isso em solidão e
silêncio.
Outros composigênios (que
palavra é essa?) também deixaram seu legado e suas definições sobre o amor em
suas letras, Renato Russo escancarou; ”Se o amor é verdadeiro, não existe
sofrimento”, alguém ainda disse; “Que quando o amor perde a razão, não quer
saber quem vai machucar” (e o amor tem razão?).
O problema não esta no
amor, e sim no que as pessoas pensam ser amor, esse sentimento é tão profundo a
ponto de levar mentes pensantes e não
pensantes a questioná-lo ou interpreta-lo de acordo com o momento vivenciado.
No nosso livro Sagrado
também está registrado passagens sobre tal sentimento, O apóstolo Paulo, filosofo
profundo em conhecimentos, escrevendo a
uma das igrejas d Jesus Cristo deixou passagens onde qualificava o amor, “...
O amor tudo sofre, tudo crê, tudo suporta(...) não é invejoso...”. São
tantos os posicionamentos sobre o amor, que só nos mostra o quanto é relativo e complexo o pensamento humano.
Enfim, analisando sob certos aspectos o
pensamento e as desilusões amorosas, cheguei a uma conclusão, na verdade,
dentro da maioria dos casos o que existe é a ilusão amorosa (Digo ilusão e não
desilusão , ilusão porque criamos), pois mesmo que alguém quando desiludido trate
de sempre colocar a culpa toda no outro, é grande a possibilidade de ele ter pelo menos, uns cinqüenta por cento de
responsabilidade no desenlace relacional, e isso é perfeitamente possível
porque, essas pessoas cegas pela paixão ou outro sentimento parecido, idealizam
no outro tal qual ele deseja que ele fosse, passando a viver apenas com a
imagem criada em sua frágil mente mortal.
Portanto, é bom sabermos ser realistas e
admitirmos que se nos desiludimos é porque criamos a ilusão, são verdadeiras paranoias
imaginadas pelos “fantasmas de nossa mente” como
dizia Karl Marx. Parece ser como a ideia
do nosso primeiro relacionamento, achamos que vai durar uma eternidade, e nunca
paramos para pensar que essa “eternidade” pode chegar a ter um fim, as vezes
muito breve...
Depois quando estamos mais “amadurecidos”,
refletimos sobre o passado e percebemos que aquilo era simplesmente coisa de
momento, que deveríamos ter pensado que aquele “para sempre”, mais cedo ou mais
tarde, ia ter um fim.
Finalizando porque você já
deve estar cansado, culpa não está no amor e sim no que nos achamos ser “amor”,
mas isso é até natural, a mente humana quando fértil, tem essa paranóia de
criar exageros e neles construir seus castelos de ilusões, nós sempre
procuramos relacionamentos que caibam nos nossos sonhos, só que quase sempre
esses sonhos não se encaixam na realidade... Nada melhor que o tempo e a
universidade da vida para sarar feridas utópicas, como diria o nosso velho “amigo”
Shakespeare, “Ninguém poderá jamais aperfeiçoar-se, senão tiver o mundo e o tempo como mestres”..
Cesar
Amorim – Estudante do sétimo período de Direito pela UERN
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