Segundo ex-ministro da Saúde a prestar depoimento na CPI da Covid, o médico Nelson Teich, que ficou apenas 28 dias no Ministério, disse nesta quarta-feira que deixou o governo por divergências com o presidente Bolsonaro.
“As razões da minha saída do ministério são públicas, elas se devem basicamente a constatação de que eu não teria autonomia e liderança que imaginava indispensáveis ao exercício do cargo. Essa falta de autonomia ficou mais evidente em relação às divergências com o governo quanto à eficácia e extensão do uso do medicamento cloroquina para o tratamento da Covid-19, enquanto minha convicção pessoal, baseada nos estudos, que naquele momento não existia evidência de sua eficácia para liberar”, explicou o ex-ministro.
“O pedido específico de demissão foi pelo desejo do governo de ampliação do uso de cloroquina. Esse era o problema pontual. Mas isso refletia uma falta de autonomia e uma falta de liderança”, ressaltou Teich.
Teich disse que não sabia nada sobre a produção de cloroquina pelo Exército.
Sobre a desmontagem de hospitais de campanha antes da segunda onda da pandemia, disse que “faltou algum planejamento nessa saída” e que o ideal seria que os hospitais pudessem ser reativados em caso de necessidade.
O ex-ministro afirmou ainda em seu depoimento que considera um erro buscar o controle da infecção por meio da chamada “imunidade de rebanho” por contágios, onde a transmissão da doença seria pequena devido à imunidade desenvolvida pela população através do contato com o vírus.
“Essa tese de imunidade de rebanho onde você adquire a imunidade através do contato, e não da vacina, isso é um erro. A imunidade você vai ter através da vacina e não através de pessoas sendo infectadas. Então, isso aí não é um conceito correto”, disse o ex-ministro.
Fonte: Thaisa Galvao
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