Nesta quarta-feira, os servidores da saúde do estado, em greve desde o dia 11, farão um ato público em frente ao Hospital Santa Catarina, na Zona Norte, a partir das 9h30. O objetivo é denunciar a sobrecarga de trabalho no hospital, resultado do déficit de profissionais e da alta demanda.
“Os corredores estão lotados de pacientes. Somos três, quatro pessoas e não temos condições de atender direito, apenas passamos e já vamos para outra maca. Já aconteceu de morrer um paciente sem ninguém por perto. É desumano. Eu saio do plantão tremendo, coloco os óculos escuros, pra ninguém ver que estou chorando”, afirma uma técnica de enfermagem do Santa Catarina.
O Sindsaúde cobra do governo estadual a realização de um novo concurso público, para reduzir o déficit de profissionais na saúde estadual, e a convocação dos aprovados em 2010, que ainda aguardam a convocação.
“Um terço da categoria pode se aposentar até o final deste governo. E muitos profissionais que foram convocados já deixaram o estado, por não suportar o caos nos hospitais.Quem fica acaba atendendo 20, 30 pacientes. Precisamos de concurso público já e de condições de trabalho e um salário digno”, afirma Manoel Egídio Jr, vice-coordenador geral do Sindsaúde.
Além da denúncia da sobrecarga, os servidores também irão comemorar a exoneração do diretor do hospital, Jaime César, na sexta-feira (12). O Sindsaúde reivindicava a saída do diretor, depois de inúmeros casos de assédio moral contra os servidores e de perseguição a grevistas.
Negociação – Os servidores da saúde reivindicam reajuste salarial de 27%, concurso público e isonomia aos servidores municipalizados, entre outros pontos. O governo concordou com parte das reivindicações específicas, mas afirmou não ter condições de implantar reajustes salariais ou melhorias nos Planos de Cargos do funcionalismo. Uma nova audiência está marcada para a quarta-feira (17), às 17h30, na Casa Civil, com o secretário de Planejamento, Gustavo Nogueira; da Saúde, Ricardo Lagreca; e a secretária-chefe da Casa Civil, Tatiana Mendes Cunha.
*Jornal de Hoje/Sindsaúde RN
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